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Internacional

Papa continua em situação crítica, informa o Vaticano

Francisco tem problema renal "leve", diz ainda o comunicado
Joshua McElwee, Crispian Balmer e Claudia Chieppa - Reuters
Publicado em 23/02/2025 - 17:52
Cidade do Vaticano
Papa Francisco fala a fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano
05/05/2024 Vatican Media/Divulgação via REUTERS
© Vatican Media/Divulgação
Reuters

O papa Francisco, que está lutando contra uma pneumonia dupla, permanece em estado crítico pelo segundo dia consecutivo e mostrou uma "insuficiência inicial e leve" em sua função renal, informou o Vaticano neste domingo (23).

O prognóstico para o pontífice de 88 anos, que precisou de uma transfusão de duas unidades de sangue no sábado (22), depois de passar por uma "crise respiratória prolongada semelhante à asma", permanece "reservado", de acordo com a última atualização médica.

Francisco foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, em 14 de fevereiro. O Vaticano descreveu sua condição como crítica pela primeira vez no sábado.

"A condição do Santo Padre continua crítica; no entanto, desde a noite passada, ele não teve mais crises respiratórias", disse o Vaticano no domingo.

Os exames de sangue também indicaram "uma leve insuficiência renal inicial, que está atualmente sob controle", disse o Vaticano, referindo-se ao funcionamento dos rins.

"A complexidade do quadro clínico e a espera necessária para que as terapias farmacológicas mostrem algum efeito exigem que o prognóstico permaneça cauteloso", diz a declaração.

O comunicado descreveu o papa como "alerta e bem orientado" e disse que ele estava recebendo "oxigenoterapia de alto fluxo" por meio de um tubo sob o nariz.

O Vaticano descreveu a pneumonia do papa como "complexa", dizendo que ela está sendo causada por dois ou mais microorganismos.

Francisco, que é papa desde 2013, tem sofrido com problemas de saúde nos últimos dois anos. Ele é particularmente propenso a infecções pulmonares porque desenvolveu pleurisia quando era um jovem adulto e teve parte de um pulmão removido.

O Vaticano disse no sábado que o papa precisou das transfusões de sangue porque os exames mostraram que ele tinha uma contagem baixa de plaquetas, o que está associado à anemia.

Neste domingo, o Vaticano disse que a transfusão tinha mostrado benefícios e resultou em um aumento nos níveis de hemoglobina do papa, uma proteína que ajuda a transportar oxigênio no corpo. Também disse que seus níveis de plaquetas permaneceram estáveis.

Peregrinos rezam

Perto do Vaticano, os peregrinos expressaram preocupação com o papa. "Estou muito, muito triste", disse Elvira Romana, da Itália. "Não sei como você pode continuar normalmente neste momento."

Matteo Licari, da Sardenha, contou que estava "extremamente preocupado". Esperemos que ele possa continuar vivendo", afirmou. "Estamos esperando que ele volte para cá."

Do lado de fora do Hospital Gemelli, as pessoas se reuniram para rezar perto de uma estátua do falecido Papa João Paulo II, que foi tratado na instituição muitas vezes durante seu longo papado.

As pessoas deixaram flores e bilhetes para Francisco e acenderam velas na base do memorial do falecido papa.

Em uma mensagem escrita para sua oração habitual de domingo na Praça de São Pedro, que o papa não pôde ler pela segunda semana consecutiva, Francisco disse que estava continuando "confiantemente" com seu tratamento no hospital.

Ele agradeceu a seus médicos e às pessoas que lhe enviaram mensagens de apoio.

O arcebispo Rino Fisichella, uma autoridade sênior do Vaticano, disse aos participantes de uma missa na Basílica de São Pedro na manhã de domingo que eles deveriam fazer suas orações por Francisco "mais fortes e mais intensas".

A Diocese de Roma, que o papa lidera, realizou uma missa especial na noite de domingo para rezar por Francisco, para que ele tenha "a força necessária para superar esse momento de provação".

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