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Internacional

Papa segue em condição crítica pelo 4º dia seguido, mas está estável

Comunicado do Vaticano não menciona problemas renais
Crispian Balmer - repórter da Reuters
Publicado em 25/02/2025 - 19:52
Cidade do Vaticano
Roma- 22/02/2025 Hospital Gemelli, onde o Papa Francisco está internado para tratamento, em Roma, Itália, 22 de fevereiro de 2025. REUTERS/Ciro De Luca/ Reprodução proibida.
© REUTERS/Ciro De Luca/ Reprodução proibida.
Reuters

O papa Francisco, em tratamento para combater uma pneumonia dupla, manteve sua condição crítica pelo quarto dia seguido, mas está estável e não teve mais crises respiratórias, afirmou o Vaticano nesta terça-feira.

O papa de 88 anos passou sua 12ª noite no hospital Gemelli, de Roma, a mais longa internação do seu papado.

"As condições clínicas do Santo Padre continuam críticas, mas estáveis", disse a mais recente atualização sobre sua saúde.

O prognóstico do papa continua "reservado", de acordo com o comunicado, mas seus parâmetros hemodinâmicos, indicadores do funcionamento do sistema circulatório do corpo, também ficaram "estáveis".

Uma autoridade do Vaticano, que não quis ser identificada porque não tem autorização para discutir a condição do papa, havia dito nesta terça-feira que Francisco estava comendo normalmente, se movimentando no quarto do hospital e continuava seu tratamento.

O Vaticano também revelou que Francisco se reuniu com o segundo no comando, o cardeal Pietro Parolin, e o vice de Parolin, na segunda-feira, informando que eles discutiram casos pendentes de canonizações.

Francisco tem trabalhado de vez em quando do hospital, enquanto as atividades do Vaticano prosseguem durante sua doença.

A única outra visita de renome ao papa da qual se tem conhecimento foi a da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, em 19 de fevereiro.

Na segunda-feira, o Vaticano afirmou que a condição do pontífice continua crítica, mas havia exibido uma "ligeira melhora", acrescentando que uma "leve insuficiência renal", comunicada pela primeira vez durante o fim de semana, não era motivo de preocupação.

O comunicado desta terça-feira não mencionou problemas renais.

A pneumonia dupla é uma infecção grave que pode inflamar e causar cicatrizes em ambos os pulmões, dificultando a respiração. O Vaticano descreveu a infecção do papa como "complexa" e disse que foi causada por dois ou mais microorganismos.

Francisco, que é papa desde 2013, tem sofrido com problemas de saúde nos últimos dois anos. Ele é particularmente propenso a infecções pulmonares porque desenvolveu pleurisia quando era jovem adulto e teve parte de um dos pulmões removida.

Milhares de pessoas se reuniram na Praça de São Pedro na noite de segunda-feira para rezar pela recuperação do papa.

Seu amigo, cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga, disse ao jornal La Repubblica: "Acho que... ainda não é hora de ele ir para o céu".

No início de fevereiro, o papa sinalizou que estava com um forte resfriado, o que significava que ele não poderia ler seus discursos. Apesar disso, ele continuou a trabalhar, com várias reuniões diárias e até mesmo participando de missas ao ar livre, apesar do frio.

Alguns simpatizantes disseram que ele deveria ter se cuidado melhor, mas Maradiaga defendeu sua ética de trabalho.

"Ele está ciente de que tem uma missão que deve cumprir e nada o impede. O papa explicou que não aceitou sua eleição (como pontífice) para descansar", afirmou ele.

Na declaração de segunda-feira, o Vaticano disse que Francisco voltou a trabalhar em seu apartamento independente dentro do hospital Gemelli e telefonou para a paróquia católica em Gaza, o que o papa tem feito com frequência durante a guerra entre Israel e Hamas.

* Reportagem de Crispian Balmer e Joshua McElwee  

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