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Internacional

Trump demite principal general dos Estados Unidos

Outros cinco almirantes e generais foram afastados na reformulação
Phil Stewart e Idrees Ali - da Reuters*
Publicado em 22/02/2025 - 15:08
Washington
EUA- 22/02/2025 Trump demitiu o general Charles Q. Brown Jr. Foto Instagran/ @generalcharlesqb
© Foto Instagran/ @generalcharlesqb
Reuters

Donald Trump demitiu o presidente do Estado-Maior Conjunto, o general da Força Aérea C.Q. Brown, na sexta-feira (21), e afastou outros cinco almirantes e generais em uma reformulação sem precedentes da liderança das Forças Armadas dos Estados Unidos.

Trump afirmou em uma publicação no Truth Social (plataforma de mídia das empresas do presidente) que indicaria o ex-tenente-general Dan “Razin” Caine para suceder Brown, quebrando a tradição ao tirar alguém da reserva pela primeira vez para se tornar o principal oficial militar.

O presidente também substituirá a chefe da Marinha dos EUA, a almirante Lisa Franchetti, a primeira mulher a liderar um serviço militar, além do vice-chefe de gabinete da Força Aérea, segundo o Pentágono. Ele também removerá os juízes advogados-gerais do Exército, da Marinha e da Força Aérea, posições criticas para garantir a aplicação da justiça militar.

A decisão de Trump é o pontapé inicial de um período de turbulência no Pentágono, que já estava se preparando para demissões em massa de funcionários civis, uma reformulação dramática do seu orçamento e mudanças em mobilizações militares sob a nova política externa “America First” (“EUA em primeiro lugar”) de Trump.

Embora a liderança civil do Pentágono mude de um governo para o outro, membros das Forças Armadas dos EUA devem ser apolíticos, executando as políticas de governos democratas e republicanos.

Brown, segundo oficial militar a se tornar o principal conselheiro militar uniformizado do presidente, estava em um mandato de quatro anos que terminaria em setembro de 2027.

Uma autoridade dos EUA afirmou que Brown será dispensado com efeito imediato, antes do Senado confirmar seu sucessor.

Em novembro, a Reuters foi o primeiro veículo a noticiar que o governo Trump planejava uma abrangente reformulação do alto escalão, com demissões que incluíam a de Brown.

Parlamentares democratas condenaram a decisão do republicano Trump.

“Demitir líderes que usam uniformes como um tipo de teste de lealdade política ou por motivos relacionados à diversidade e gênero que nada têm a ver com desempenho, corrói a confiança e o profissionalismo que nossos militares precisam para cumprir suas missões”, disse o senador Jack Reed, de Rhode Island, principal democrata no Comitê de Serviços Armados do Senado.

O deputado Seth Moulton, um democrata de Massachusetts, disse que as demissões foram “antiamericanas, antipatrióticas e perigosas para nossas tropas e para nossa segurança nacional”.

“Essa é a definição de politizar o nosso Exército”, afirmou.

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