China suspende compra de carne bovina de três frigoríficos do Brasil


Autoridades alfandegárias da China suspenderam as importações de carne bovina de sete estabelecimentos do Brasil, Argentina, Uruguai e Mongólia nesta segunda-feira (3), em meio a importações recordes no ano passado que levaram a um excesso de oferta e grandes perdas nas fazendas.
Em um aviso em seu site, o departamento de alfândega disse que suspendeu a declaração de importação de dois exportadores argentinos – Frigorífico Regional General Las Heras S.A. e Frio Dock S.A. – e de três frigoríficos brasileiros: um da Frisa Frigorífico Rio Doce S/A, em Nanuque (MG), outro do Bon-Mart Frigorífico Ltda, em Presidente Prudente (SP) e um terceiro da JBS S/A, em Mozarlândia (GO).
O Frigorífico Sirsil S.A., do Uruguai, e um fornecedor da Mongólia também foram afetados. As autoridades não informaram o motivo das suspensões.
Em nota, a Associação Brasileira das Exportadoras de Carne (Abiec) disse que foram identificadas não conformidades em relação aos requisitos chineses para o registro de estabelecimentos estrangeiros.
"As empresas envolvidas já foram notificadas e estão adotando medidas corretivas para atender às exigências da autoridade sanitária chinesa."
A entidade acrescentou que está em diálogo com as autoridades competentes para resolver a questão com celeridade.
O Brasil, a Argentina e o Uruguai estão entre os maiores fornecedores de carne bovina da China.
O Ministério do Comércio da China lançou uma investigação sobre o aumento das importações de carne bovina no final do ano passado, na medida em que o país (maior importador e consumidor de carne bovina do mundo) enfrentou um mercado com excesso de oferta que levou os preços domésticos da carne bovina aos menores patamares em vários anos.
Em 2024, a China importou um recorde de 2,87 milhões de toneladas métricas de carne bovina, segundo dados da alfândega.
A alta nas importações aumentou o risco de medidas comerciais por parte de Pequim, o que poderia afetar os principais fornecedores: Brasil, Argentina, Austrália e Estados Unidos.
O setor está aguardando os resultados oficiais da investigação, previstos para o final deste ano.
*É proibida a reprodução deste conteúdo
(Reportagem de Jessie Pang e Redação Pequim; reportagem adicional de Luciana Magalhães, em São Paulo)