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Internacional

Exército israelense volta a atacar bases militares na Síria

Bombardeios aéreos visam eliminar, segundo Tel Aviv, ameaças futuras
Inês Moreira Santos - Repórter da RTP
Publicado em 11/03/2025 - 09:02
JERUSALÉM
Síria- 08/12/2024  Pessoas passam  por um tanque que pertencia ao Exército Sírio, depois que rebeldes sírios anunciaram que derrubaram Bashar al-Assad da Síria, em Damasco, Síria, 8 de dezembro de 2024. REUTERS/Mohamed Azakir/ Reprodução proibida.
© REUTERS/Mohamed Azakir/ Reprodução proibida.
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

O Exército de Israel disse ter atacado, durante a madrugada desta terça-feira (11), quartéis-generais e locais de armazenamento de armas e equipamentos no sul da Síria. Os bombardeios aéreos visam eliminar, segundo Tel Aviv, ameaças futuras.

"Durante a noite, caças da Força Aérea israelense atingiram radares e dispositivos de detecção no sul da Síria", anunciou o Exército israelense em comunicado. "As posições de comando e os locais onde armas e equipamento militar pertencentes ao regime sírio estavam localizados no sul da Síria também foram atingidos".

"Esses alvos foram atingidos para eliminar ameaças futuras", justifica a nota, acrescentando que não há registro de vítimas. Os meios de comunicação estatais sírios já tinham noticiado vários ataques israelenses na província de Deraa na noite dessa segunda-feira (10).

“A Força Aérea de ocupação israelense atingiu, com vários ataques aéreos, as zonas em torno das cidades de Jbab e Izraa, no norte de Deraa”, informou a agência noticiosa oficial síria SANA, sem dar mais detalhes.

Entretanto, a rede de ativistas Daraa24 afirmou, em sua conta oficial no X, que um dos ataques israelenses visou a 175ª Brigada, posicionada perto da cidade de Izraa. É a primeira vez que essa unidade é atingida .A ação foi precedida de uma série de ataques intensos em outros locais.

A organização não governamental Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, denunciou 17 ataques que visaram posições militares do antigo Exército do presidente sírio, Bashar al-Assad, incluindo plataformas de observação e tanques.

"Abusos graves, a uma escala assustadora, estão sendo relatados contra sírios na região costeira e em outros locais da Síria", disse Adam Coogle, vice-diretor da organização não governamental Human Wrights Watch (HRW) no Oriente Médio, em nota. A ONG apelou ao governo sírio para que "aja de forma rápida e inequívoca para proteger os civis e processar os responsáveis por tiroteios indiscriminados, execuções sumárias e outros crimes graves".

As informações são divulgadas após as forças israelenses terem entrado em mais duas cidades da província síria de Quneitra, ampliando a presença na área, que já foi desmilitarizada, entre o território sírio e as regiões controladas por Israel. Os militares israelenses entraram com tanques nas cidades de Jadida e Muallaqa, ambas em Quneitra, segundo a Syria TV.

Após Bashar Al-Assad ter sido deposto em dezembro, Israel enviou tropas para uma zona tampão desmilitarizada nos montes Golã, no sudoeste da Síria, na orla da parte do planalto ocupada por Israel desde a guerra de 1967 e anexada em 1981. Desde então, as forças israelenses têm feito centenas de ataques contra instalações militares do antigo regime na Síria, alegando que quer evitar que o arsenal caia nas mãos das novas autoridades.

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