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Justiça

Mandante do assassinato de Dorothy Stang volta a ser preso no Pará

Missionária americana foi morta em fevereiro de 2005
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 17/04/2019 - 17:43
Brasília
Dorothy Stang
© Tomaz Silva/Agência Brasil
Completam dez anos do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang. Na foto, o túmulo de Dorothy Stang, em Anapu (Tomaz Silva/Agência Brasil)
© Tomaz Silva/Agência Brasil

Policiais civis do Pará prenderam nesta terça-feira (16) o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão. Ele foi condenado a 30 anos de prisão por encomendar a morte da missionária norte-americana Dorothy Stang, assassinada em fevereiro de 2005, em Anapu, no oeste do Pará.

Galvão foi detido em Altamira, a cerca de 140 quilômetros de Anapu. Acusado pelo Ministério Público do Pará (MP-PA) de ser um dos mandantes do assassinato de Dorothy, o fazendeiro foi condenado em 2010 e preso em novembro de 2011. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu-lhe um habeas corpus. Na época, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu sua pena para 25 anos. De volta à prisão, Galvão saiu mais uma vez em maio de 2018, graças a uma liminar do ministro Marco Aurélio de Mello, do STF.

Em fevereiro deste ano, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a decretar a imediata prisão do fazendeiro.

Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros, em uma estrada rural de Anapu. Conhecida por defender, junto com representantes de sindicatos rurais e da Pastoral da Terra, melhores condições de vida e de trabalho para a população da região, Stang estava a caminho do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, do qual era considerada uma das principais líderes.

Os quatro outros envolvidos no caso – incluindo o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, também acusado de ser mandante do crime – foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 27 anos de reclusão. Os julgamentos começaram um ano após o assassinato da missionária.

Segundo o MP-PA, Bida ofereceu R$ 50 mil pela morte da missionária. Amair Feijoli da Cunha contratou os pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista. Cunha e Batista foram condenados a 18 anos de prisão cada um. Já Rayfran das Neves Sales foi condenado a 27 anos de prisão, mas teve direito à progressão para regime domiciliar após cumprir cerca de nove anos de prisão. Solto, ele voltou a ser detido devido à acusação de envolvimento em outro assassinato.