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Justiça

Ministro do STF suspende decreto de nomeação do diretor-geral da PF

Posse de Alexandre Ramagem estava marcada para a tarde de hoje
Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Publicado em 29/04/2020 - 11:02
Brasília
Solenidade de posse do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem
© Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na manhã de hoje (29) suspender o decreto de nomeação e a posse do delegado Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da Polícia Federal (PF). A solenidade estava marcada para as 15h desta quarta-feira.

Moraes atendeu a um pedido feito pelo PDT por meio de um mandado de segurança. Na decisão, o ministro citou declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que ao deixar o cargo na semana passada acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF.

O ministro citou também trecho do pronunciamento de Bolsonaro feito no mesmo dia, após as declarações de Moro, em que o presidente contou ter se queixado ao então ministro da Justiça por não receber informações oriundas da PF.

Moraes mencionou ainda que as declarações de Moro estão sob investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR), após autorização concedida ontem (28) pelo ministro do STF Celso de Mello, motivo pelo qual se justifica a suspeita de interferência política na PF.

“Nesse contexto, ainda que em sede de cognição inicial, analisando os fatos narrados, verifico a probabilidade do direito alegado, pois, em tese, apresenta-se viável a ocorrência de desvio de finalidade do ato presidencial de nomeação do Diretor da Polícia Federal, em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público”, escreveu Moraes.

Em nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que não apresentará recurso. O órgão se manifestou após um novo decreto ter sido publicado no Diário Oficial da União (DOU), no início da tarde, revogando a nomeação de Ramagem.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Polícia Federal não se pronunciaram sobre a decisão do STF até o momento.

Matéria atualizada às 15h19 para acréscimo de informações.