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Bebês com baixo peso podem ter hiperatividade e depressão na infância

É o que aponta pesquisa da USP de Ribeirão Preto
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/02/2014 - 15:32
São Paulo
Bebês prematuros estão sendo colocados em mini-redes de algodão
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Estudo da USP aponta que recém-nascidos com baixo peso podem sofrer de depressão infantil  Arquivo/Agência Brasil

Um estudo apontou que os bebês nascidos com peso abaixo do normal têm maior chance de desenvolver hiperatividade e depressão na infância. Para chegar à conclusão, a pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto comparou a saúde mental de 665 crianças, com idade entre 10 e 11 anos.

Segundo a pesquisadora responsável, Claudia Mazzer Rodrigues, o estudo dividiu as crianças em cinco grupos de peso: muito baixo (abaixo de 1,5 quilos), baixo (1,5 kg a 2,5 kg), insuficiente (2,5 kg a 3 kg), normal (3 kg a 4,25 kg) e muito alto (acima de 4,25 kg). Esses valores são usados como referência pela Organização Mundial da Saúde.

No estudo, constatou-se que as crianças com peso muito baixo representam a maioria das que têm quadros de problemas mentais. Entre as 665 crianças avaliadas, 6,9% apresentavam indicadores de depressão. Os cientistas usaram questionários respondidos pelos pais e pelas próprias crianças.

No Brasil, de 0,4% a 3% das crianças sofrem de depressão. Entre os adolescentes, esse número varia de 3,3% a 12,4%. Quem tem a doença na infância e na adolescência apresenta mais chances de desenvolver depressão em idade adulta.

Especialistas definem como causas da depressão em crianças, como perda de vínculos afetivos, divórcio dos pais, falta de apoio familiar e violência física ou psicológica. Os pais devem ficar atentos aos primeiros sinais de alerta, que são queda do rendimento escolar, mudanças repentinas do estado de ânimo, isolamento e tristeza.