Criação de comissão sobre propinas na Petrobras ficou para amanhã

A oposição e alguns partidos da base aliada queriam votar hoje (25) a criação de uma comissão externa, temporária, para investigar denúncias de que funcionários da Petrobras teriam recebido propina da empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias petrolíferas. Mas, depois de discussões acaloradas entre governistas e oposicionistas, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decisiu adiar a votação parea amanhã (26).

A discussão em torno da criação da comissão implodiu a possibilidade de os parlamentares iniciarem o debate sobre o Marco Civil da Interne,t que definitivamente ficou para depois do carnaval (http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-02/marco-civil-da-internet-deve-ficar-para-depois-do-carnaval-diz).

"A oposição propôs a comissão e contou com o apoio de alguns partidos da base do governo. Caso ela seja aprovada, nós pretendemos visitar a Holanda para obter mais informações a respeito das denúncias publicadas na imprensa. Paralelamente, também trabalhamos, juntamente com o Senado, na possibilidade da constituição de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) mista para apurar as denúncias envolvendo a Petrobras", disse o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

Alves justificou a decisão de postergar o requerimento do líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), com o argumento de que haveria nova sessão extraordinária para apreciar outros pontos já acordados na reunião de líderes. Mas que colocaria o tema para aprovação na pauta desta quarta-feira, em sessão extraordinária do plenário, no final da manhã.

"Garanto que será o primeiro item da pauta de amanhã", disse Alves, para quem a medida evitaria a obstrução regimentalmente possível na nova sessão para apreciar vários projetos. Entre eles, o que cria a CPI sobre maus-tratos de animais e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 290/13, que muda alguns dispositivos constitucionais para estimular o desenvolvimento científico e tecnológico (http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-02/camara-pode-votar-pecs-hoje-sobre-incentivo-ciencia-e-mais-defensores), que deveria ser votada na semana passada.

"Somos favoráveis a qualquer investigação, até porque ninguem sabe em que momento, em que governo, se houve, e que tipo de lesão aos cofres da Petrobras, e se algum funcionário da empresa teria facilitado a vida de um investidor", disse o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Queremos saber a verdade, o que estamos pondenrando é isso, que talvez haja aí uma motivação menor de se criar um fato político", complementou.

Parte da base aliada votou favorável a criação da comissão. A atitude foi entendida como uma resposta do chamado bloco parlamentar independente. Desde a semana passada, líderes de oito partidos da base (PMDB, PP, PSC, PDT, PTB, PR, PSD e PROS) e um da oposição (SDD) começaram a se articular para criar uma pauta de projetos prioritários na Câmara, independentemente da vontade do Planalto.