Em encontro com evangélicos, Dilma destaca obra social da Assembleia de Deus
A presidenta Dilma Rousseff, que disputa a reeleição pelo PT, destacou hoje (8), durante encontro com evangélicos, a importância das obras sociais tocadas pela Assembleia de Deus, que considera semelhantes às que foram desenvolvidas ao longo de sua gestão.
Em discurso na 46ª edição da Confederação de Irmãs Beneficentes Evangélicas Nacional (Ciben), no Brás, a presidenta foi muito aplaudida pela plateia, majoritariamente femina, ao lembrar o papel das mulheres na evolução social do país. Ela citou o critério usado pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, de manter a propriedade do imóvel em nome da mulher, para coibir a venda, alegando que as mães sempre vão pensar primeiro na proteção dos filhos.
Embora salientando que o Estado brasileiro é laico, Dilma ganhou a simpatia da plateia batendo palmas no ritmo de um cântico que dizia: “Mulheres guerreiras ergam a bandeira, porque nessa peleja a mulher sábia edificará”; citando trecho de um salmo de Davi, "Feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor"; e comprometendo-se a comparecer, no ano que vem, à próxima edição do encontro religioso, em Manaus.
Segundo o bispo Manuel Ferreira, líder da igreja, nenhum dos antecessores de Dilma tinha apresentado tal reconhecimento pela obra social dos evangélicos. ”Nem o Lula”, disse ele, emendando que o ex-presidente reconhece, mas nunca manifestou isso, publicamente. ”Saímos daqui com a alma lavada”, afirmou Ferreira.
Terminado o evento, realizado a poucos metros do Templo de Salomão, da igreja Universal do Reino de Deus, inaugurado há uma semana com a presença da candidata. O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, acompanharam a presidenta no encontro com os evangélicos.
Mais tarde, Dilma Rousseff visitou obras da Ferrovia Norte-Sul, em Minas Gerais. Em entrevista a jornalistas, ela destacou que a construção de ferrovias favorece a competitividade do país, ao baratear o escoamento da produção. “O Brasil por muitos anos não fez o dever de casa que era construir ferrovias para transportar toda nossa produção agrícola, mineral, e de todos os outros tipos de produtos. Isso significou um grande congestionamento nos portos de São Paulo, do Sul do país todo e um baixo uso da infraestrutura para o Norte e Nordeste”, disse.
Ela também defendeu a presidenta da Petrobras, Graça Foster, e afirmou que as diretorias da estatal não deveriam ter os bens indisponibilizados por supostas irregularidades na aquisição da Refinaria de Pasadena. O julgamento do processo no Tribunal de Contas da União (TCU) foi retirado de pauta nesta semana depois que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, defendeu que o patrimônio da dirigente da estatal não seja bloqueado. “Neste momento, Adams estava defendendo a Graça Foster e provando por absurdo que uma pessoa íntegra, correta, competente e capaz, reconhecida não só pelo governo, mas por todo o mercado, não pode ser submetida a esse tipo de julgamentos, que eu acredito que tem por trás dele outros interesses”.
* Colaborou Paulo Victor Chagas, de Brasília. Texto atualizado às 20h36 para acréscimo de informações