Luciana Genro lança programa de governo em São Paulo
A candidata à Presidência da República Luciana Genro (PSOL) lançou na tarde de hoje (23), em um hotel da área central de São Paulo, seu programa de governo. O programa, segundo a candidata, não é socialista, como seu partido defende, “mas de transição” e defende mudanças estruturais no país. “São reformas radicais porque vão à raiz dos problemas que afligem o povo brasileiro como a reforma agrária e a reforma urbana e os direitos civis da comunidade LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros], das mulheres e dos negros”, disse.
Uma dessas mudanças estruturais, explicou Luciana, refere-se à economia. “Nossa proposta é de ruptura com esse modelo econômico voltado aos interesses do capital. Por isso, nossa política econômica é a eliminação dessa lógica de esforço produtivo para pagar os juros da dívida”, disse.
A proposta é defender uma auditoria, sem estabelecer uma política de meta de superávit primário para pagar a dívida pública, suspendendo temporariamente o pagamento para bancos e especuladores, sem que isso signifique calote. “Não é calote porque vem acompanhada da auditoria da dívida. Calote é o que o governo tem dado no povo brasileiro porque promete que vai melhorar a vida e está sempre piorando. Em relação à dívida, faremos uma auditoria e, a partir de sua instalação, vamos suspender o pagamento para os bancos e especuladores, preservando os fundos de pensão e pequenos poupadores”, disse.
Indagada se isso não seria encarado como calote pela comunidade internacional, a candidata respondeu que “certamente os especuladores não vão gostar e vão embora, mas irão com Deus porque não precisamos de especuladores no Brasil”. Já sobre os investidores produtivos, ela disse que “eles poderão continuar investindo o Brasil, desde que respeitem as regras que o governo vai impor”.
O programa que foi lançado hoje pela candidata foi dividido em três eixos: política econômica e modelo de desenvolvimento; sistema político e democracia e mais e melhores direitos. Dentro destes eixos, discute individualmente 20 itens, tais como economia, educação, trabalho, emprego e renda, saúde, direitos humanos, segurança pública, reforma agrária, cultura e esporte e atividade física.
Luciana defende, por exemplo, as revisões da Lei da Anistia e das privatizações, o cancelamento das licenças de rádio e TV de senadores e deputados, o casamento igualitário, a legalização da maconha, a reforma política, a legalização do aborto, a tarifa zero no transporte público e o transporte público 24 horas e a desmilitarização da polícia.