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Política

PSOL suspende Cabo Daciolo e abre processo por infidelidade

Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/03/2015 - 18:06
Brasília

A Executiva Nacional do PSOL suspendeu hoje (26) o deputado Cabo Daciolo (PSOL-RJ), retirando dele o direito de representar a legenda e de participar de quaisquer aparições públicas em nome do partido. Além de suspender os direitos do deputado como integrante do PSOL, a executiva decidiu encaminhar ao Diretório Nacional a apreciação de infidelidade partidária e delegou à Comissão de Ética a análise do caso.

A decisão da executiva foi baseada no posicionamento do deputado Cabo Daciolo de apresentar uma proposta de emenda à Constituição desfazendo a garantia da laicidade do Estado brasileiro. Segundo o PSOL, a bancada na Câmara e a direção nacional do partido fizeram esforços para que Daciolo desistisse da posição, “que contraria um dos mais caros princípios partidários e da esquerda”.

Outro motivo que levou à suspensão do parlamentar foi a posição que ele adotou ao defender os policiais acusados pela morte do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, no Rio de Janeiro, “caso emblemático da luta por direitos humanos no Brasil”. O partido alega que o deputado foi na contramão da luta partidária em defesa dos direitos humanos e contra a política de extermínio da população da periferia.

“O deputado Daciolo teria, e tem todo o direito e dever de defender um julgamento justo e célere aos policiais acusados neste e noutros casos, pois todos estes são detentores de plenos direitos e do devido processo legal. Mas é inadmissível ao PSOL a defesa, por parte de um de seus membros, de que estes são inocentes e que os culpados seriam outros. A sinalização que tal postura transmitiu para a sociedade gerou confusão e desgaste político para nossa agremiação”, diz nota da Executiva Nacional.