Ato da Força Sindical em São Paulo é marcado por críticas ao governo
O Dia do Trabalho, comemorado pela Força Sindical em São Paulo, foi marcado por discursos reivindicatórios de crescimento econômico, garantia de emprego e renda e críticas ao governo. Os organizadores esperavam que o evento, na Praça Campo de Bagatelle, zona norte da cidade, reunisse cerca de 500 mil pessoas. No entanto, a Polícia Militar não tinha ainda, até as 14h15, uma estimativa do público presente.
Além de sindicalistas ligados à Força Sindical, discursaram no evento o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SDD-SP).
“Queremos o fim do fator previdenciário, que é um câncer na vida dos trabalhadores. Queremos uma política de valorização dos salários do aposentado. Queremos salários iguais para mulheres e homens, e mais investimentos na saúde e educação. Queremos derrubar as medidas provisórias que tiram direitos, medidas que tiram o seguro-desemprego”, disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Em discurso, o senador Aécio Neves criticou o governo federal e destacou que o legado do PT deixado para os trabalhadores brasileiros foi inflação alta, desemprego crescente e o desempenho fraco da economia. “Vamos votar contra as medidas provisórias que tiram os direitos dos trabalhadores brasileiros. Basta de tanta corrupção, de tanta incompetência”.
“Este 1º de Maio vai ficar lembrado na história do Brasil como o dia da vergonha, o dia em que a presidente da República se acovardou e não teve coragem de olhar nos olhos do trabalhador brasileiro para dizer que mentiu durante a campanha eleitoral, e hoje tira direitos daqueles que sustentam esse país”, acrescentou o senador.
Ao se referir à medida que regulamenta a terceirização de serviços, em resposta ao senador tucano, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse que "tamanha é a rejeição ao PL 4330, que até o senador Aécio mudou de posição”. “E isso é bom", destacou Rossetto. Sobre a fala da presidenta Dilma, nas redes sociais, em referência ao Dia do Trabalho, o ministro disse que "a presidenta Dilma não só falou à nação, como falou bem”. “Falou, cumprindo compromisso de campanha de valorização do salário mínimo até 2019, beneficiando 45 milhões de trabalhadores e aposentados", completou Rossetto.
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SDD-SP) criticou as medidas provisórias editadas pela Presidência da República que, segundo ele, retiram direitos dos trabalhadores, e disse que a situação do país é ruim. “A inflação voltou. O país está em recessão. O país que vinha crescendo foi para o buraco. A nossa Petrobras está sendo dilapidada e, além disso, os corruptos do governo ainda ficam dando risada na cara dos trabalhadores”.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, ressaltou, em sua fala, que enquanto estiver no ministério, não haverá retirada de direitos trabalhistas. Ele pediu unidade à classe trabalhadora para enfrentar a pressão do empresariado. “Enquanto estiver no ministério, não haverá postergação, não haverá subtração e não haverá precarização do trabalho do Brasil. Os trabalhadores têm que ter consciência que o dia de hoje é um dia de unidade da classe trabalhadora no mundo todo, porque a luta é constante, não se dá só no discurso. Se dá no chão de fábrica, na greve, na reivindicação, na luta, e nas manifestações”.
Ao procurar a Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto, a Agência Brasil foi orientada a fazer contato com a Secretaria de Relações Institucionais, para obter um posicionamento do ministro Miguel Rossetto, a respeito das declarações do senador Aécio Neves e do deputado Paulo Pereira da Silva, e está aguardando a resposta.
*Matéria alterada para acréscimo de informação às 10h59 do dis 02/05/2015.