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Política

Costa diz que propina é só 10% da perda que Petrobras teve com controle de preço

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/05/2015 - 18:01
Brasília
Depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Paulo Roberto Costa disse que se arrepende de ter participado do esquema de corrupção na PetrobrasMarcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa criticou hoje (5) a política de congelamento de preços de combustíveis da estatal. Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara dos Deputados, ele disse que a medida foi responsável por “arrebentar” com a empresa. Segundo Costa, o esquema de pagamento de propina investigado pela Operação Lava Jato representa “10%” da perda que a estatal teve com o controle de preços.

“O maior problema da Petrobras, que continua arrebentando a empresa, são os preços que o governo segurou. O governo congelou os preços e arrebentou a empresa. É a defasagem do preço dos derivados. A Lava Jato, com desvio de R$ 6 bilhões, é 10% do rombo da Petrobras.”

Costa voltou a afirmar que se arrepende de ter participado do esquema de corrupção e se referiu a isso como “mácula” na empresa e no país. O ex-diretor disse que a Petrobras é a empresa mais devedora do mundo por não ter feito caixa na venda de seus produtos, o que a obrigou a pedir empréstimos no mercado.

“O grande problema é que a Petrobras não gerou caixa para fazer grandes investimentos. Eu pessoalmente levei, de quatro a cinco vezes, para o Conselho de Administração propostas para aumento gradual, ajustes parcelados de derivados. Eu levei isso para o conselho em 2010, 2011 e 2012, mas o presidente do conselho [à época, o ministro da Fazenda] Guido Mantega recusou”. Costa continua respondendo às perguntas dos deputados.