Reação de parlamentares mostrará se veto à regra 85/95 foi boa ideia, diz Cunha
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na noite de hoje (17) que a reação dos parlamentares à proposta do governo de criar um escalonamento para acesso à aposentadoria integral definirá se o veto ao fim do fator previdenciário foi uma boa ideia. Cunha conversou com os jornalistas, após reunião com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, da Previdência Social, Carlos Gabas, e do Planejamento, Nelson Barbosa.
“Ela [a presidenta Dilma] vai vetar [o fim do fator previdenciário]. Se a ideia é boa, isso será avaliado pela reação dos parlamentares”, declarou Cunha.
"Não tenho como dizer se vai haver reação ao veto. Tem de sentir o conteúdo e qualquer reação ao conteúdo agora seria prematura. Espero a gentileza de que eles mostrem o que vão fazer. Manter o 85/95 com uma progressividade depois. Vamos ver", acrescentou Cunha.
Os ministros saíram sem falar com a imprensa. Em vez de eliminar o fator previdenciário e adotar a regra 85/95, que dá direito à aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atinge 85 anos para mulheres e 95 anos para homens, o governo editará uma medida provisória mantendo a regra 85/95, mas estabelecendo que a fórmula suba anualmente a partir de 2017 até a soma chegar a 90 anos para mulheres e 100 anos para homens.
Hoje (17), acaba o prazo para a presidenta Dilma sancionar ou vetar a Medida Provisória 664. Durante a tramitação da MP, que endureceu o acesso à pensão por morte, os deputados incluíram uma emenda que acabou com o fator previdenciário e instituiu a regra 85/95.
Para evitar que a MP voltasse à Câmara dos Deputados e perdesse a validade, o governo acertou a aprovação, na íntegra, do texto no Senado.
*Matéria alterada às 20h30 para inclusão de informações.