CPI do HSBC ouve delator do caso SwissLeaks e propõe prorrogar trabalhos
A Comissão Parlamentar de Inquérito do HSBC ouviu hoje (25), por videoconferência, o delator do escândalo conhecido como SwissLeaks, Hervè Falciani. A audiência foi feita por meio eletrônico porque os senadores consideraram inadequado ir à França, onde Falciani está, depois que o país negou à CPI o compartilhamento de informações sobre as investigações do caso.
Na videoconferência, o delator negou que tenha obtido vantagens financeiras ao denunciar fraudes fiscais envolvendo a filial do banco na Suíça. Ele é ex-funcionário do HSBC e especialista em informática e foi o responsável por tornar público que os correntistas do banco na Suíça movimentaram US$ 100 bilhões, dos quais US$ 7 bilhões seriam de brasileiros.
Falciani disse aos senadores que o número de brasileiros com contas na filial do banco ultrapassa muito os 8,7 mil que se conhece até o momento. A CPI pretende investigar se os recursos enviados ao exterior são de origem ilícita e em quais casos houve evasão de divisas.
O depoimento de Falciani e sua disposição em colaborar com as investigações do Senado brasileiro podem fazer com que a CPI seja prorrogada. O relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), propôs a prorrogação por 90 dias, e um requerimento sobre o pedido de prorrogação será votado no próximo dia 2 de setembro.
“A prorrogação é fundamental porque até o dia 19 de setembro [prazo final da CPI] nós não vamos ter condições de materializar o que definimos e ajustamos aqui hoje com o senhor Falciani. Vamos ter que assinar um termo, um acordo com ele”, disse Ferraço.
*com informações da Agência Senado