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Política

MPF pede condenação de Vaccari e Renato Duque por lavagem de dinheiro

Michèlle Canes – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/02/2016 - 15:03
Brasília
Brasília - O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto depõe na CPI dos Fundos de Pensão (José Cruz/Agência Brasil)

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto Arquivo/José Cruz/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) requereu a condenação de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, e de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, presos pela Operação Lava Jato. Nas alegações finais enviadas ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato, o MPF afirma que Vaccari e Duque praticaram 24 vezes o delito de lavagem de dinheiro.

Os procuradores pedem que seja devolvido à Petrobras o valor de R$ 4,8 milhões "correspondentes ao dobro do valor total dos numerários ilícitos lavados pelos denunciados a partir das condutas objeto de imputação na presente denúncia” e que seja determinada a perda, em favor da União, “de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes de lavagem de ativos”.

Em abril do ano passado, o juiz Sérgio Moro abriu ação penal contra João Vaccari Neto, Renato Duque e o empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto. Os três foram denunciados pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro. Segundo os procuradores, parte da propina paga a Renato Duque passou pela empresa Setal Óleo e Gás, de propriedade de Mendonça Neto, e chegou à Editora Gráfica Atitude, ligada ao PT, de acordo com as investigações.

 

O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, presta depoimento em CPI na Câmara dos Deputados ( Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-diretor da Petrobras, Renato DuqueArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nos documentos, entregues na última semana, os procuradores pedem também a suspensão do processo em relação ao empresário Mendonça Neto, um dos delatores da Operação Lava Jato. Mendonça já foi condenado em outra ação penal e fez um acordo de delação premiada com o MPF. Na delação, o empresário revelou que dois contratos entre o grupo Setal e a Gráfica Atitude foram assinados em 2010 e 2013, nos quais notas fiscais falsas foram emitidas para justificar os repasses. A suspeita sobre os repasses para a gráfica foi um dos motivos da prisão de Vaccari.

Defesa

O advogado de Vaccari Neto, Luiz Flávio D’Urso disse à Agência Brasil que agora serão apresentadas as alegações da defesa. De acordo com o advogado do ex-tesoureido do PT, as acusações feitas contra Vaccari não procedem. A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Renato Duque e de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto.