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Política

Janot diz que Dilma é competente para nomear Lula, mas faz ressalvas ao objetivo

O procurador-geral da República enviou ao STF parecer favorável à
André Richter - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/03/2016 - 20:40
Brasília
Brasília - STF retoma julgamento dos embargos infringentes de condenados na Ação Penal (AP) 470, o mensalão. Na foto, procurador-geral da República, Rodrigo Janot (José Cruz/Agência Brasil)
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou hoje (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer favorável à nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva no cargo de ministro da Casa Civil.

Brasília - STF retoma julgamento dos embargos infringentes de condenados na Ação Penal (AP) 470, o mensalão. Na foto, procurador-geral da República, Rodrigo Janot (José Cruz/Agência Brasil)

Para Janot, a investigação contra Lula até a  nomeação deve ficar com Sérgio MoroAraquivo/José Cruz/Agência Brasil

Apesar de entender que a nomeação deve ser validada para evitar danos à governabilidade diante da crise política, Janot sustentou que a nomeação teve por objetivo tirar a competência do juiz federal Sérgio Moro para presidir as investigações contra o ex-presidente Lula.

"Considerando a competência constitucional da presidenta da República para nomear ministros de Estado e a crise política instaurada no país, a suspensão do ato político-administrativo poderá causar graves danos à ordem institucional", argumentou Janot.

De acordo com o procurador, as investigações contra o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato até a data da nomeação devem ficar sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro.

"A partir do acervo probatório dos autos e de elementos que se tornaram notórios desde a nomeação e posse do ex-presidente, é lícito concluir que a nomeação foi praticada com a intenção, sem prejuízo de outras legítimas, de afetar a competência do juízo de primeiro grau", acrescentou o procurador.

Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Na decisão, Mendes também disse que a nomeação de Lula para a Casa Civil teve o objetivo de retirar a competência de Moro para investigá-lo.