Raimundo Lira diz que terá conduta suprapartidária na comissão do impeachment
O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), indicado para a presidência da Comissão Especial do Senado que vai analisar a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, disse hoje (20) que pretende usar todo o prazo regimental na condução dos trabalhos. Defensor do impeachment antes de sua indicação para presidir a comissão especial, Lira afirmou que terá conduta suprapartidária.
“Minha intenção é usar o prazo máximo permitido pelo rito, porque, na medida em que se usa o prazo máximo, dá-se à o máximo de tempo para que a defesa possa trabalhar. Só vamos estabelecer prazo a partir da instalação da comissão que, possivelmente, será na terça-feira (26)”, disse Lira.
Perguntado se sua manifestação favorável ao afastamento de Dilma não criaria constrangimento, Lira respondeu: “Eu era favorável ao impeachment, mas sinto-me totalmente à vontade porque adotei a posição que foi adotada pelo meu partido, no meu estado e em nível nacional. Mas, no momento em que aceitei a missão do meu líder, ficou estabelecido entre nós que eu teria uma postura suprapartidária na comissão e que meu status, a partir daquele momento, passaria a ser indeciso. Então, não tenho uma posição, não posso ter um juízo de valor, se vou presidir uma reunião com opiniões."
Já falando como presidente da comissão, Raimundo Lira disse que será “árdua” a tarefa de comandar o colegiado que emitirá parecer sobre a aceitação da decisão da Câmara dos Deputados. “Recebi a missão com a convicção de que é uma missão árdua. Vou usar toda a minha experiência de seis anos em presidências de comissões.”
Lira informou que, a partir de sexta-feira (22), antes mesmo da instalação da comissão e da eleição da presidência, vai se reunir com assessores e consultores do Senado para analisar o rito dos trabalhos e as questões regimentais.
Na próxima segunda-feira (25), a comissão será eleita pelo plenário do Senado, e os trabalhos serão iniciados na terça-feira (26).