Aragão deixa cargo “de alma lavada” por avanços na demarcação de áreas indígenas
O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão disse hoje (12) que deixa o governo Dilma Rousseff triste porém “de alma lavada” por ter declarado os limites de 13 áreas indígenas, além da homologar outras três.
“Conseguimos, e isso para mim já lava a alma, declarar 13 áreas indígenas, além de três outras que foram homologadas pela presidenta”, disse Aragão após o discurso feito por Dilma hoje (12) no parlatório montado em frente do Palácio do Planalto.
Em relação à Operação Lava Jato, o ministro criticou a falta de transparência associada à adoção de “métodos às vezes questionáveis”. Aragão, no entanto, elogiou as investigações, no sentido de apontar pessoas que desviavam dinheiro do contribuinte. “A Lava Jato tem uma dinâmica própria que ninguém consegue antever, sem nenhuma transparência e com métodos às vezes questionáveis. Mas ao mesmo tempo não podemos negar que, em parte, realizou um serviço ao país e desnudou muita gente que estava se aproveitando do dinheiro do contribuinte”.
Perguntado sobre as perspectivas para a Operação Lava Jato, o ex-ministro disse que há muito tempo essa operação "fugiu do controle" e que, quem pode responder isso de forma mais detalhada, é o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Segundo Aragão, o momento atual é de crise e de tristeza. “Precisamos andar com a cabeça erguida porque a luta não acabou. A gente está em um momento de reflexão necessária, mas a luta vai continuar. Estou muito tranquilo de que vamos revirar isso”, disse ao lembrar que a reviravolta dependerá de mobilização da sociedade: “vai depender muito da dinâmica popular. Não sei se isso é um momento definitivo ou transitório. De qualquer forma, tudo vai depender muito de como a sociedade vai reagir. Ela precisa se mobilizar para defender a democracia”.