Candidatos à sucessão de Cunha prometem "resgate" da imagem da Câmara
Com discurso de resgate da imagem da Câmara dos Deputados e maior participação feminina na política, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) foi a sexta candidata a discursar na disputa pela presidência da Casa.
Para Erundina, a disputa para a sucessão do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo, é uma “grande oportunidade” para a Câmara pagar “uma dívida histórica com as mulheres: em 192 anos do Parlamento, nenhuma mulher ocupou a presidência desta Casa”.
Erundina prometeu alavancar a reforma política, com a correção da sub-representarão feminina na Casa, e também lutar por uma reforma tributária “com justiça social” e pela regulamentação dos dispositivos constitucionais sobre Comunicação. A deputada também prometeu “democratizar” as relações entre a Mesa Diretora e a Casa e reduzir os poderes da direção e do colégio de lideres.
O deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), também prometeu resgatar a imagem da Câmara perante a sociedade para que os deputados possam voltar a “andar pelas ruas e praças orgulhosos do que somos e da função que representamos”. Ramalho prometeu tornar a Câmara “verdadeiramente útil” à democracia e à nação. Para o deputado mineiro, ao longo dos últimos anos, a Casa se “apequenou” e “carece de recuperar sua compostura”.
Com um discurso inflamado, o deputado Carlos Manato (SD-ES) prometeu trabalho. Criticou os demais concorrentes que, segundo ele, querem apenas os privilégios que o cargo de presidente oferece, como uso de aviões da Força Aérea e residência oficial.
“Essa eleição é para o futuro e eventual presidente da República. Esse processo eleitoral está totalmente distorcido. Alguém ouviu algum deputado falar que vai trabalhar mais? Ele querer viajar de FAB, ficar aqui no lero-lero, ficar ate quinta-feira feita e ir embora. Não me proponho a isso. Proponho trabalho. Eu quero trabalhar”, discursou, aos gritos.
O deputado Carlos Gaguim (PTN-TO) se colocou na disputa como o “representante dos novatos”. Defendeu a transparência nas ações do presidente da Casa: “O presidente tem que ser um juiz imparcial, olhar com os olhos da população menos favorecida. Olhar com os olhos do desenvolvimento e produtividade do país”
O ex-ministro da Saúde deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) defendeu a autonomia da Câmara em relação ao Executivo e ao Judiciário. “Essa tripartição dos poderes, que é engenhosa, criativa, só funciona bem se houver o equilíbrio entre os Poderes, se tiver a equipotência”, discursou Castro. Para o deputado piauiense, a Câmara precisa ser mais “soberana” e “independente” para que Executivo e Judiciário não “avancem” sobre as prerrogativas da Casa.
“Esse poder precisa, cada dia mais, da nossa participação para ser um Poder mais autônomo, independente, soberano, altivo e jamais submisso aos demais Poderes, para que os outros Poderes não invadam as nossas prerrogativas. O Poder Legislativo é o mais legítimo que existe”. O ex-ministro disse que a Câmara precisa “calçar as sandálias da humildade” para voltar a se aproximar da sociedade.