Maiores bancadas na Câmara do Rio terão posições diferentes quanto a Crivella
Eleito para ser prefeito do Rio de Janeiro a partir de 2017, Marcelo Crivella (PRB) terá na Câmara Municipal apenas quatro vereadores que fizeram parte da coligação que formou sua chapa à prefeitura, entre os 51 que compõem o plenário. Por outro lado, as duas maiores bancadas eleitas são o PMDB, que tentou eleger Pedro Paulo sucessor de Eduardo Paes, e o PSOL, que chegou ao segundo turno com Marcelo Freixo. Passada a disputa, os dois partidos têm posições diferentes quanto ao futuro prefeito.
Segundo o atual presidente da Câmara e vereador reeleito Jorge Felippe (PMDB), o partido já deu uma sinalização amistosa a Crivella quando decidiu apoiá-lo no segundo turno das eleições. "Ainda é prematuro dizer qual posição o PMDB adotará. Nós o apoiamos no segundo turno. A bancada como um todo apoiou Marcelo Crivella para prefeito. Agora, a relação como vai se dar vai depender do tratamento e da forma como conduzirá a relação dele com os vereadores", diz Felippe, que disse ter o apoio de sua bancada para se candidatar novamente à presidência da Casa.
Ao reconhecer a vitória de Crivella, Marcelo Freixo demarcou em discurso que seu partido fará uma oposição responsável e propositiva com os seis vereadores eleitos para o próximo mandato. Marielle Franco (PSOL) diz que os parlamentares farão uma oposição baseada no projeto discutido nas bases do partido e apresentado no programa de Freixo. As posições também vão depender da formação do governo e de possíveis ajustes que Crivella faça em suas propostas, já que houve mais apoios a sua candidatura no segundo turno.
"Certamente teremos uma oposição, mas não é, por exemplo, a um nome. Não é oposição a um secretário, mas uma oposição à compostura que aquele secretariado possa tomar contrária à população, pelo menos do ponto de vista do nosso projeto político", diz Marielle Franco.
Independência
A terceira maior bancada é do Democratas, com quatro vereadores. Reeleito para o segundo mandato como vereador, César Maia diz que o partido deixará a cargo de cada parlamentar decidir qual será sua posição em relação a Crivella. "Eu me mantenho como vereador independente. Assim foi no primeiro e no segundo turnos", disse Maia, que também já foi prefeito do Rio de Janeiro por três mandatos.
Mais votada do PSDB, Teresa Bergher acredita que Crivella terá maioria absoluta na Câmara. O partido elegeu três candidatos à Câmara e seu candidato a prefeito, Carlos Osório, apoiou Crivella no segundo turno.
"Eu estou nessa maioria, sempre votando aquilo que é interesse da cidade. Como eu acho que o Crivella não vai mandar propostas que não sejam do interesse da cidade, eu prefiro acreditar assim", diz ela, que é opositora de Eduardo Paes, mas diz ter avaliado as propostas dele por um ano antes de se posicionar desta maneira.
O vereador mais votado foi Carlos Bolsonaro, do PSC, partido que elegeu mais dois vereadores e lançou o candidato Flávio Bolsonaro à prefeitura. No segundo turno, o PSC também apoiou Crivella e, nas redes sociais, Carlos Bolsonaro diz que será independente.
O PRB de Crivella elegeu três vereadores para o próximo mandato, um a mais que na composição atual da Câmara. Além dele, o PTN elegeu um vereador na coligação que venceu com o próximo prefeito.
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro também terá três vereadores do PTB e dois vereadores de PDT, PMN, PHS, PSD, PP, PT, PTB e SD. Além desses partidos, serão representados por um vereador o PT do B, o PEN, o Pros, o PTB e o Partido Novo.
* Colaborou a repórter Tâmara Freire, das Rádios EBC