Temer diz que baixa popularidade não incomoda e que será reconhecido depois
O presidente Michel Temer disse hoje (21) que sua baixa popularidade não o incomoda e que tem permitido que ele possa adotar medidas fundamentais para o país.
“Dizem que há impopularidade. Isso me incomoda? Digamos assim, que é desagradável. Mas não me incomoda para governar. Alguém até disse, há poucos dias, que a popularidade é uma jaula. Aproveito a impopularidade para fazer aquilo que o Brasil precisa. E é o que estou fazendo. Lá na frente haverá reconhecimento”, afirmou o presidente.
Durante café da manhã hoje (21) com jornalistas, Temer foi questionado sobre o processo no qual o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Temer respondeu que respeita as decisões da Justiça e respeitará o entendimento do tribunal. Ele negou que pense em renunciar ao cargo e afirmou que não se preocupa com o assunto.
Sobre a possibilidade de saída do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que teve o nome citado em delações de executivos da Odebrecht, Temer afirmou que não vai demiti-lo. “Não tirarei o Padilha. Ele continua firme e forte. Não haverá mudança nenhuma. Não sei o que vai acontecer lá na frente, mas não há intenção de fazer mudanças”. O presidente defendeu a Operação Lava Jato e disse que a operação produz efeitos "extraordinários".
Temer detalhou o anúncio de saques que poderão ser feitos pelos trabalhadores no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O cronograma dos saques deve ser divulgado até fevereiro, e o calendário levará em conta a data de nascimento dos beneficiários. Para sacar o dinheiro, basta apresentar-se com seu nome e a titularidade daquela conta para sacar todas as importâncias relativas à conta. "Não haverá burocracia nenhuma. É claro que haverá necessidade de comprovação documental. Mas, fora isso, nenhuma burocracia. Basta ter a conta inativada, para sacá-la.”
Michel Temer rebateu os comentários segundo os quais a superação da crise está demorando. “Nós, no passado, explicamos que não seria um passe de mágica. Precisamos, primeiro, sair da recessão. Saindo da recessão, obter o crescimento. E com o crescimento, a volta do emprego. É um processo. Não se resolve de um dia para o outro. Então, quando se fala 'agora será em 2017', [isso] está obediente ao processo que foi anunciado desde o primeiro momento. Se será no primeiro semestre ou no segundo, isso a economia vai dizer. Não há plano B, há este plano, que estamos seguindo criteriosamente, rigorosamente e responsavelmente.”
Temer elogiou a relação que tem com o Congresso Nacional e destacou que a aprovação de medidas, como a proposta de emenda à Constituição que estabeleceu um teto para os gastos públicos, só foi possível graças ao apoio do Poder Legislativo.
Sobre a recente aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto que renegocia as dívidas dos estados, o presidente disse que “estão fazendo tempestado em copo d'água”, ao comentar a retirada de contrapartidas, como defendia a equipe econômica. Ele explicou que, de acordo com o que foi aprovado, o Ministério da Fazenda examina o pedido de recuperação feito pelas unidades da federação e que cabe ao presidente da República homologar, ou não, a demanda. Temer enfatizou que, se não houvesse nenhuma atuação do governo federal no caso, seria irresponsabilidade.