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Política

Líder do governo no Senado diz que pauta do Congresso não pode parar

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/05/2017 - 18:03
Brasília

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu hoje (22) a manutenção do ritmo de trabalho do Congresso Nacional, independentemente da crise política vivida pelo país. Em discurso no plenário da Casa e em conversa posterior com a imprensa, Jucá disse que as investigações sobre a conduta do presidente Michel Temer ainda não começaram de fato e que a perícia no áudio da conversa dele com Joesley Batista sequer foi realizada, o que significa que não há motivos para paralisação dos trabalhos legislativos.

“As votações são para melhorar o Brasil, e o Brasil não pode parar”, disse Jucá. “Eu acho que a delação fala de centenas de pessoas. Todas devem ser investigadas. Agora, não é porque está se investigando que vai se paralisar o governo ou, pior, vai se paralisar o Congresso.”

Jucá lembrou que o governo já enviou as reformas ao Legislativo e, agora, “quem vai falar é o Congresso, não é mais o governo”, com as votações. A prova disso, ressaltou, é que os presidentes das duas Casas, Eunício Oliveira (PMDB-CE), do Senado, e Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara dos Deputados, demonstraram disposição de manter a agenda de votações.

“Não quer dizer que não haja crise e que não se discuta política, mas quer dizer que, com tudo isso, o Senado e a Câmara têm que estar preparados para que, mesmo discutindo qualquer anormalidade política, nós tenhamos a condição de separar e votar as matérias de interesse do país”, afirmou.

Sobre o debate em torno da aprovação de uma proposta de emenda à Constituição que permita eleições diretas – caso o presidente Michel Temer deixe o poder – Jucá disse que é uma “discussão inócua”. “Não há nenhum tipo de vacância. Se não há vacância, não há substituição. É uma discussão inócua, uma discussão que pretende criar um fato para depois discutir a substituição do fato. Se nós não tivemos nem ainda a perícia da fita, se as pessoas não foram ainda ouvidas, se ninguém foi investigado, por que é que vai se discutir [a PEC]? Essa é uma discussão política, uma tentativa de paralisar o país.”

Oposição

Para a oposição, no entanto, não há condição de os parlamentares darem prosseguimento à pauta proposta pelo governo. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu a paralisação da votação das reformasda. Segundo os oposicionistas, apenas uma PEC que discuta a antecipação de eleições gerais deveria ser debatida pelo Congresso.

“Não há ambiente para outras votações enquanto Temer estiver na Presidência da República. Com relação a essa proposta de emenda constitucional, eu acho que poderia haver uma emenda exatamente nesse sentido de que a eleição fosse, na verdade, a antecipação das eleições gerais do ano que vem”, disse Randolfe.