ONG Rio de Paz faz ato contra a corrupção na Esplanada dos Ministérios
A organização não governamental (ONG) Rio de Paz fez uma manifestação hoje (23), na Esplanada dos Ministérios, contra a corrupção. Eles distribuíram 595 máscaras pelo gramado da área representando o presidente Michel Temer e os 594 parlamentares. As máscaras, em sua maioria na cor vermelha, remetem à indignação e à vergonha diante da conduta de políticos desonestos. Há ainda 95 máscaras brancas que simbolizam a parcela de políticos íntegros. O ato pede ainda a renúncia do presidente Michel Temer e reivindica uma reforma política.
O fundador da ONG, Antônio Costa, diz que não propõe uma reformulação completa, mas mudanças pontuais que transcendem balizas ideológicas e partidárias e “são consenso na sociedade”. “Não há diferenças ideológicas e programáticas que justifiquem a quantidade de partidos que temos”, afirmou.
Outros pontos defendidos pelo grupo são a cláusula de barreira, que restringe ou impede o funcionamento parlamentar à sigla que não alcançar determinado percentual de votos, o fim da migração e da coligação partidária e do voto obrigatório. “Não basta votar bem. É essencial que haja mecanismos que dificultem a eleição de incompetentes e corruptos. E, uma vez que o candidato se elege, deve haver transparência e prestação de contas. Muitas vezes, o candidato é bem intencionado, mas, em contato com o poder, se corrompe”, sustentou Costa.
Para ele, os parlamentares devem estar próximos do povo. “O candidato deve se identificar com uma região, com pessoas que possam ter acesso a ele. Deve estar disponível nas redes sociais, ter uma assessoria que viabilize essa conexão. Hoje, o candidato é uma pessoa numa torre de marfim. Temos uma crise de representação monumental”, afirmou.
A exibição das peças foi iniciada às 6h e será encerrada às 18h. A equipe responsável, composta por voluntários, iniciou a arrumação às 3h30 e deve, segundo Costa, eliminar todos os vestígios da manifestação no gramado. “A nossa iniciativa é educativa. A educação é essencial não somente para o mercado de trabalho. Ela deve preparar para o exercício da cidadania”, completou.