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Política

Com placar apertado, Comissão de Orçamento da Alerj aprova contas de Pezão

Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/08/2017 - 16:02
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - O governador Luiz Fernando Pezão se reúne  com autoridades para tratar do plano de enfrentamento ao roubo de cargas no estado, no Palácio Guanabara ( Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo
Rio de Janeiro - O governador Luiz Fernando Pezão se reúne com autoridades para tratar do plano de enfrentamento ao roubo de cargas no estado, no Palácio Guanabara ( Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Apesar de o TCE ter recomendado rejeição, as contas

de Pezão foram aprovadas na comissão por diferença de  um  voto     Tânia  Rêgo/Arquivo/Agência  Brasil

As contas do governo de Luiz Fernando Pezão referentes ao ano de 2016 foram aprovadas nesta terça-feira (29) na Comissão de Orçamento da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O placar apertado, de 4 votos a 3, refletiu a divisão na comissão, após relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) ter recomendado a rejeição das contas, principalmente pela aplicação de verbas em saúde abaixo do mínimo constitucional de 12% do orçamento.

O relator da matéria, deputado Edson Albertassi (PMDB), líder do governo na Alerj, pediu a aprovação das contas baseado na conjuntura econômica de crise vivida pelo estado do Rio desde o ano passado, que dificultou a aplicação dos valores corretamente. Segundo Albertassi, o relatório deverá ser aprovado também em plenário.

“A base está decidida a votar pela aprovação das contas, compreendendo que 2016 foi um ano atípico. O parecer será aprovado em plenário, com boa maioria, o que certamente ocorrerá, no máximo, em 30 dias. A crise que o estado do Rio vive fez com que tivéssemos um problema de receita. Os arrestos [para pagar dívidas com o governo federal], que chegaram a R$ 8 bilhões, certamente foram fundamentais para que o governo não cumprisse o índice na questão da saúde”, justificou o deputado.

Para o deputado Luiz Paulo (PSDB), que apresentou relatório em separado, a crise não pode ser justificativa para a falta de aplicação de recursos previstos pela Constituição. “Eles têm que investir 12% em educação e investiram 10,46%. A Constituição do estado diz que tem de investir 2% em ciência e tecnologia, foram investidos 1,4%. Só aí são dois preceitos constitucionais, um da Constituição federal e um da Constituição estadual. Não há como se sustentar o voto pela aprovação”, disse Luiz Paulo.

De acordo com Luiz Paulo, o relatório de Albertassi passa a mensagem de que foi a conjuntura: "Confesso que errei, perdoe". O deputado questiona porém, "como perdoar, depois do prejuízo imenso dado à população fluminense?”, questionou.

Se as contas de Pezão não forem aprovadas pelo plenário, o governador incorrerá em crime de responsabilidade, abrindo espaço para pedido de impeachment.