Luciano Coutinho nega uso do BNDES para negociar contribuições políticas
O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômica Luciano Coutinho afirmou hoje (3) que jamais permitiu "qualquer irregularidade que interferisse na lisura do BNDES" durante o período que esteve à frente da instituição, entre 2007 e 2016. Em audiência pública na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, Coutinho negou também afirmações de que teria usado o cargo para favorecer contribuições a partidos políticos.
A CPMI da JBS investiga os contratos da JBS com o banco e o acordo de leniência entre a empresa e o Ministério Público Federal.
Durante a audiência, Coutinho foi questionado sobre especulações de que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci o teria acusado de cometer irregularidades à frente do banco, que comandou de maio de 2007 a maio de 2016. “Tive pouquíssimos contatos com o Palocci. Quando ele era ministro, eu estava fora do banco. Quando ele era deputado eu estava no banco, mas tive poucos contatos com ele. Jamais tratei com ele de qualquer contribuição política ou vinculada a qualquer projeto do banco. Nunca tratei”, disse Coutinho.
“E jamais recebi do ministro [da Fazenda, Guido] Mantega qualquer solicitação indevida vinculativa a qualquer projeto indevido do BNDES”, acrescentou. Mantega foi ministro da Fazenda de 2006 a 2015.
Coutinho negou ainda ter conhecimento de qualquer outro pedido ilícito ou de consultoria feito pelo ex-ministro Palocci. "Isso não teve. Eu jamais permitiria que viesse a ter qualquer interferência na lisura do BNDES. Tenho consciência tranquila e posso dizer isso com tranquilidade", completou o ex-presidente do banco.