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Política

Rodrigo Maia diz que trabalha para votar reforma da Previdência em fevereiro

Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/12/2017 - 18:54
Rio de Janeiro
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fala sobre a expectativa de votações da Casa (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

  O  presidente  da  Câmara,  Rodrigo  Maia
Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (29) que trabalha para ter condições de votar a reforma da Previdência até 19 de fevereiro, como prevê o governo. Segundo o deputado, é necessário explicar com calma para que a sociedade entenda a questão.

“Vamos trabalhar e explicar com calma para o trabalhador. É só prestar atenção: quem ganha um salário mínimo no Brasil se aposenta com 65 anos. Quem ganha R$ 20 mil a R$ 30 mil se aposenta com 55 anos. A gente quer acabar com essa distorção. Não queremos tirar um real de ninguém, não queremos tirar a aposentadoria de ninguém. Mas não é justo o trabalhador brasileiro financiar a aposentadoria dos que ganham mais no serviço público e dos que ganham mais também no regime geral, porque esses são os que aposentam mais jovens", afirmou Maia. O deputado reforçou que é preciso acabar com essa distorção e ressaltou que há "um passivo muito grande e crescente”.

Maia conversou com a imprensa após participar da cerimônia de assinatura da liberação de recursos do Ministério da Educação para escolas das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (29) no Palácio Guanabara, sede do governo do estado.

Sobre o deputado Paulo Maluf (PP-SP), preso em Brasília, Maia disse que o Departamento Jurídico da Câmara está analisando o caso e que o plenário vai deliberar sobre o mandato do parlamentar paulista na volta do recesso.

Questionado sobre a polêmica a respeito do decreto de indulto natalino, assinado na semana passada pelo presidente Michel Temer e parcialmente suspenso pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, o presidente da Câmara disse que faltou uma explicação prévia sobre a questão. O decreto sofreu críticas de diversos setores.

“Tudo que você tem que explicar é ruim. E tudo que você coloca, que é polêmico, sem explicar antes, gera confusão. Acho que foi isso que aconteceu. Se tivesse explicado antes, com calma, com tempo, não teria gerado essas dúvidas. Eu tenho certeza que, de forma nenhuma, o presidente Temer está querendo beneficiar ninguém, é apenas uma linha jurídica em relação a um dever do presidente, que dá o indulto”.

Eleições

Rodrigo Maia afirmou que o DEM, partido a que é filiado, não tem intenção de sair da base do governo. De acordo com Maia, o projeto político e econômico do Democratas converge com as reformas em andamento.

“O DEM tem o ministro da Educação [Mendonça Fiilho], que faz um ótimo trabalho. O Brasil vem passando por uma grave crise, passando por um ponto muito importante com o impeachment [da presidenta Dilma Rousseff, em 2015], processo no qual o DEM teve papel ativo. Nossa responsabilidade, do meu ponto de vista, é participar, como estamos participando, dessa transição do impeachment até a próxima eleição. Não vejo motivo para o DEM não continuar colaborando com o Brasil por meio do Ministério da Educação”, acrescentou Maia.

Segundo o deputado, o partido está trabalhando para ter candidato próprio à Presidência da República em 2018, mas, antes de definir o nome, será preciso construir um projeto para o país e uma base de apoio nos estados. “Em momentos de crise e de mudança, quem conseguir se organizar melhor gera as condições para disputar a eleição nacional com chances de vitória. O DEM tem três ou quatro ótimos nomes, o meu é um deles, com certeza, mas o importante agora é o DEM organizar a sua base, porque não adianta ter candidatura sem apoio nos estados.”

Maia disse que a convenção do partido será em fevereiro, para depois se definir a renúncia de prefeitos que queiram disputar o pleito e a saída de ministros do governo. Aí, então, destacou o deputado, será possível “consolidar e anunciar um candidato nacional”, com um “arco de alianças”, já que, “no quadro pulverizado do Brasil, ninguém consegue vencer uma eleição sozinho”.

Odebrecht

Sobre a acusação de envolvimento com a Odebrecht, o deputado disse que a doação recebida da empreiteira consta da prestação de contas como doação oficial e que “não tem nenhuma contrapartida dita por ninguém”. “Está lá, registrado em 2010 e 2014. Estou com muita tranquilidade explicando tudo aquilo que vem a meu respeito.”