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Política

Líder do governo diz que 28 de fevereiro é data limite para votar reforma

Débora Brito - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/02/2018 - 12:29
Brasília
Brasília - O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, fala com a imprensa após reunião com o presidente Temer (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, diz que data limite para votação da reforma da Previdência é o dia 28 de fevereiro (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse hoje (7) que discussão do texto da reforma da Previdência em plenário continua prevista para ter início a partir do dia 19 de fevereiro e a votação deve ocorrer até o dia 28 de fevereiro.

“A partir de agora, o texto está colocado e passa à discussão de forma pontual. Esse é um tema que enfrentaremos até o fim do mês. O governo, de sua parte, vai cumprir o calendário que foi estipulado, que é até o final de fevereiro, até 28 de fevereiro, para que possamos construir aqui na Casa o ambiente de votação”, disse Aguinaldo Ribeiro.

O relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentou nesta quarta-feira (7) a emenda aglutinativa com mudanças na proposta. A emenda será apresentada formalmente ao plenário pelos líderes da base governista.

Em relação ao texto da reforma que foi aprovado na comissão especial no ano passado, a nova emenda retira qualquer menção ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e exclui as mudanças relativas aos trabalhadores rurais. Segundo o relator, as regras para aposentadoria rural continuarão as mesmas da legislação atual.

O novo relatório aponta que a aposentadoria é assegurada “ao trabalhador rural e aos que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal, aos 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, e 15 anos de contribuição para ambos os sexos”.

O novo relatório mantém a idade mínima de 65 anos, no caso dos homens, e 62 anos para as mulheres, e diminui de 25 para 15 anos o tempo de contribuição necessário para ter acesso ao benefício da aposentadoria no regime geral da Previdência.

A idade mínima vai subindo aos poucos ao longo de 20 anos de transição. No caso de professores, tanto homens quanto mulheres poderão se aposentar a partir de 60 anos. Para policiais e trabalhadores de áreas que apresentam risco à saúde a idade mínima será de 55 anos.

No caso do serviço público, os servidores só poderão se aposentar depois de contribuir por 25 anos e alcançar a nova idade mínima prevista para homens e mulheres, sem regra de transição.

Policiais

Como o relator já havia informado na terça-feira (6), o novo texto também garante às viúvas de policiais civis, federais e rodoviários federais mortos durante o trabalho o direito de receber pensão integral. “Aquele policial que vier a sucumbir em combate contra a criminalidade, sua família fará jus ao recebimento de uma pensão integral e não na proporção do tempo que ele trabalhou. O valor dessa integralidade está relacionada ao momento que ele ingressou no serviço público”, explicou Maia.

O relator disse que há possibilidade de mudança no texto em plenário. E ressaltou que ainda há várias reivindicações dos policiais, como diferenciar a idade mínima entre homens e mulheres, estabelecer igualdade de tratamento entre policiais, peritos e agentes penitenciários, além da solicitação de servidores públicos que ingressaram no trabalho antes de 2003 para que tenha uma regra de transição antes da adoção da idade mínima de 65 anos.

“Esses pontos não estão absolutamente impedidos de no futuro constar no texto. Pode haver modificações no plenário. Mas temos orientações, só passamos qualquer tipo de modificação que tenham resultado em votos”, ressaltou o deputado.

O relator reiterou que a idade mínima é “inegociável” e também não está passível de modificação a previsão de que ao final do tempo de transição as regras do regime geral e do serviço público sejam as mesmas.

Cronograma de votação

Para o líder do governo, deputado Aguinaldo Ribeiro, o cenário atual é de melhor compreensão da sociedade sobre a reforma em relação ao final do ano passado, e pode melhorar a partir da exposição da emenda com as mudanças.

“Eu acho que essas mudanças foram importantíssimas, porque dirimem aquelas dúvidas que haviam. Eu acho que a partir de hoje terá sim uma repercussão naqueles parlamentares que tinham ou ainda têm dúvidas com relação ao texto. Acho que isso agrega sim votos, não temos ainda a dimensão de quantos votos agrega, mas é uma bancada muito representativa aqui na Câmara”, disse Ribeiro.

Para garantir a aprovação da reforma no plenário da Câmara, a base governista precisa reunir pelo menos 308 votos entre os 513 deputados, em dois turnos de votação. Para ser válida, a proposta precisa ainda ser votada também em dois turnos pelos senadores.

Para a oposição, a apresentação do novo texto foi uma “fantasia” e não garantirá novos votos para a aprovação da reforma. Os oposicionistas prometem obstruir a votação da matéria em plenário e endurecer o discurso contra as mudanças propostas pelo governo.

“É mais uma vez jogo de cena, o governo fingindo que está trabalhando para ter os votos, mas mesmo com essas mudanças continuará sem os votos necessários para votar a reforma da Previdência nesse ano. Das dez crueldades contidas na reforma, o governo retirou quatro. Para citar algumas crueldades, eu incluiria não se conceder mais aposentadoria por invalidez no valor integral, a menos que a pessoa tenha se tornado inválida por acidente de trabalho. Isso significa que 95% dos casos de aposentadoria por invalidez serão num valor menor do que se tem hoje. Nós vamos continuar denunciando essas crueldades e obstruindo a votação até que toda a injustiça contra os trabalhadores sejam revistas”, declarou Alessandro Molon (Rede-RJ).

* Matéria alterada às 13h08 para acrescentar o posicionamento da oposição