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Política

Em balanço de gestão, Temer pede que ministros não se incomodem com críticas

Débora Brito e Pedro Peduzzi - Repórteres da Agência Brasil
Publicado em 12/04/2018 - 12:50
Brasília
Brasília - Presidente da República, Michel Temer, durante reunião ministerial (Antonio Cruz/Agência Brasil)
© Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Michel Temer apresentou hoje (12) à sua nova equipe ministerial um balanço das atividades desenvolvidas por seu governo. Após determinar que os dez novos ministros mantenham o trabalho que já vinha sendo desenvolvido pelas pastas,Temer fez um relato sobre as ações na área econômica, citando como exemplo a queda da inflação e da taxa de juros, bem como a melhora na bolsa de valores.

“Quando aqui chegamos o pico [da bolsa] estava em 42 mil pontos e atingiu picos de 87 mil pontos, tudo isso num prazo de menos de dois anos de governo. A significar que nesses próximos nove meses nós ainda poderemos realizar, repetindo, mas reitero com muita ênfase, tudo aquilo que poderá ser feito".

Ele reiterou que as conquistas foram alcançadas em meio a dificuldades políticas enfrentadas pelo governo, mas que há ainda muito por fazer nos nove meses restantes. “Isto [as conquistas], sabem os senhores, [obtidas pelo governo] sem embargo das dificuldades. Dificuldades que são naturais: oposição, que é natural no regime democrático; e tantas outras situações que poderiam vir a embaraçar o governo. Ao contrário, porque isso serviu de combustível para que nós fizéssemos o que foi feito”, disse o presidente durante a primeira reunião ministerial com a nova equipe de seu governo.

“Se não tivéssemos a ideia do que estamos produzindo para o país, nós teríamos mergulhado no esquecimento e não teríamos feito absolutamente nada. Ao contrário, este combustível é que nos animou e nós podemos hoje reunir um novo ministério, sob a égide e o império do sucesso”, acrescentou.

Ao longo do discurso de 40 minutos, Temer apresentou números obtidos também em outras áreas. Disse que, até março, 3.503 municípios manifestaram interesse de se incluir no programa Internet para Todos, e que, 96% dos municípios estão aptos a receber as antenas, que os colocarão na grande rede. “O governo tem condições de instalar 200 antenas por dia”, disse o presidente.

Na área da Saúde, Temer destacou o aumento de 9% no número de equipes para o programa Saúde da Família e a renovação de 65% da frota de ambulâncias. “Recursos que foram economizados em negociação e revisão de contratos foram reinvestidos no atendimento à população. Foram [destinados] R$ 2,5 bilhões para serviço de alta e média complexidade”.

Ele lembrou que foram criadas duas novas universidades federais em locais carentes: Universidade Federal do Delta do Parnaíba (PI) e Universidade Federal do Agreste de Pernambuco. Ainda referindo-se a localidades carentes, Temer disse ter avançado nas obras de transposição do Rio São Francisco e que foram investidos mais der R$ 1 bilhão na conclusão do projeto. O presidente comemorou os recordes obtidos nas duas últimas safras e adiantou que 2018 repetirá o bom resultado.

“A legislação trabalhista nos trouxe para o século 21. Isso ajuda na contratação e na retomada definitiva do emprego”, disse Temer ao comentar as mais de 70 mil contratações registradas em janeiro. “A queda do emprego em 2015 era de 238 mil [postos] desativados. Em 2016, foram 210 mil desativados. E no ano passado eram menos de 20 mil. Tudo isso mostra que os dados deste ano serão positivos”, disse o presidente.

Temer também destacou o saldo positivo da balança comercial, que fechou o ano em US$ 67 bilhões, com um crescimento de 40% sobre 2016. “As exportações estão crescendo 17,5%, sendo o primeiro aumento depois de 5 anos de queda”. 

No plano social, Temer destacou o reajuste maior que a inflação concedido ao Bolsa Família e a eliminação da fila de espera para ingresso no programa. Ele também falou sobre o  aumento na oferta e contratação de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.

Na área internacional, ele citou brevemente como exemplo a participação brasileira à frente do Mercosul e na condução da crise com a Venezuela. Ao final do discurso, Temer disse que a nova equipe não deve se incomodar com as críticas e que, apesar dos protestos, o governo deve continuar seguindo a mesma equação do trabalho que já vinha sendo desenvolvido. "Enquanto as pessoas protestam, a caravana do governo vai trabalhando".

O presidente lembrou a renegociação das dívidas dos estados e defendeu a privatização da Eletrobras. Temer comentou também que a intervenção federal no Rio de Janeiro está apresentando os primeiros resultados, como a queda da criminalidade e o aumento das apreensões de armas e drogas.

Participaram da reunião 28 ministros, além dos presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômica (BNDES). O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, não foi a reunião pois já se encontra em Lima, no Peru, onde participa de reunião do Grupo de Revisão de Cúpulas.