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Política

Crivella diz que não errou ao reunir fiéis no Palácio da Cidade

Jéssica Antunes - Estagiária da Agência Brasil*
Publicado em 27/07/2018 - 13:26
Rio de Janeiro
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, durante lançamento do
© Tânia Rêgo/Agência Brasil
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, disse hoje (27) que não errou ao realizar a reunião no Palácio da Cidade com lideranças religiosas, em que ofereceu cirurgias e facilidade para o pagamento de IPTU das igrejas. Crivella afirmou que, ainda que tivesse errado, deveria ser perdoado diante da importância de evitar que idosos fiquem cegos — referindo-se às cirurgias de catarata que ofereceu durante o encontro.

“Mesmo se tivesse cometido [um erro], o que não foi, quem tem coração, quem não está movido por interesses escusos, quem não está movido pelas próprias ambições, relevaria”, disse Crivella, durante evento de entrega de obras na Vila Kennedy.

Segundo o prefeito, seu encontro com lideranças de igrejas evangélicas não foi secreto e ele não considera problema algum em anunciar na rede pública de saúde os mutirões que a prefeitura está promovendo. Crivella também disse que nunca pediu para burlarem o sistema de saúde para privilegiar pessoas nas filas das cirurgias. “Eu não tenho nenhuma senha ou possibilidade de fazê-lo. O Sisreg (Sistema Nacional de Regulação) é federal”, ressaltou.

Impeachment

No último dia 4, Marcelo Crivella fez um encontro no Palácio da Cidade com mais de 250 pessoas. Segundo gravações divulgadas pelo jornal O Globo, o prefeito do Rio afirmou que poderia resolver problemas dos fiéis, como agilizar o acesso a cirurgias de catarata, varizes e vasectomia. E também processos de pedidos de isenção no IPTU por parte dos pastores para as igrejas.

“Tem pastores que estão com problemas de IPTU. Igreja não paga IPTU, mas se você não falar com o doutor Milton seu processo vai demorar, demorar, demorar. Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para estes processos andarem”, disse Crivella, na gravação.

O prefeito foi acusado de oferecer supostas vantagens aos fiéis da Igreja Universal, da qual é pastor licenciado, durante uma reunião, no Palácio da Cidade, e até mesmo dois pedidos de impeachment contra o político foram protocolados.

No entanto, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro rejeitou, por 29 votos a 16, o pedido de abertura de impeachment pelos crimes de responsabilidade e improbidade administrativa de Crivella.

O Ministério Público também entrou com ação de improbidade administrativa contra o prefeito. A Justiça do Rio determinou que ele pare de utilizar a máquina pública para interesses pessoais ou de grupos religiosos. Caso descumpra a decisão, Crivella poderá ser afastado do cargo até o julgamento do mérito.

*Estagiária sob a supervisão de Mário Toledo