Trump, uma rara unanimidade
Uma rara unanimidade se formou contra o presidente norte-americano, Donald Trump, nos Estados Unidos. Chamam-no de traidor. Suspeitam que ele seja refém de algum segredo que a Rússia possa revelar. Para o jornal Mirror, de Londres, ele é o “poodle de Putin”. Até os âncoras da Fox News, pró-Trump, tomaram distância.
A frase do dia do New York Times foi dita pelo senador John Mcain: “Nenhum presidente se rebaixou mais abjetamente diante de um tirano”. O que fez Trump? Ele desprezou dados dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e o indiciamento de 12 militares e hackers russos para defender o presidente da Rússia, Wladimir Putin, que repetiu que nunca interferiu em eleições americanas, o Russiagate.
Republicanos criticaram seu líder, mas não propuseram nenhuma ação. E os Democratas cobram deles agora uma escolha: Estados Unidos ou Trump. Ex-diretor da CIA, John Brennan concluiu que o show de Trump em Helsinque deve ser tratado como crime grave e contravenção que são base para um impeachment. Ele acrescentou: “Não só os comentários de Trump são imbecis; ele provou que está inteiramente no bolso de Putin.
A iniciativa da cúpula finlandesa foi de Trump. Na escala na Europa, ele chamou os aliados americanos de inimigos, mas acolheu Putin como amigo e parceiro. Foi o coroamento da viagem destrutiva de Trump -- e as consequências estão só começando.
*O jornalista Moisés Rabinovici é comentarista da Rádio Nacional e apresentador do programa Um olhar sobre o Mundo, na TV Brasil.