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Política

Último programa eleitoral tem ataque entre presidenciáveis

Bolsonaro fala em “mão de Deus”, Haddad promete “democracia”
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/10/2018 - 22:12
Brasília

No último dia de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) mantiveram o tom de ataques diretos entre eles e seus partidos. A gravação exibida na noite de hoje (26) em todos os canais abertos de TV mostrou basicamente as mesmas falas e imagens, utilizando uma estratégia semelhante de utilizar apresentadores e locutores para as críticas mais fortes.

Bolsonaro

O candidato à presidencia da República Jair Bolsonaro (PSL) concede entrevista ao receber faixa preta de jiu-jitsu em homenagem de lutadores, no bairro Jardim Botânico.
O candidato à presidencia da República Jair Bolsonaro (PSL)  - Fernando Frazão/Agência Brasil

A única mudança no programa do presidenciável do PSL foi um relato sobre a facada que ele levou durante a campanha do primeiro turno, em Juiz de Fora (MG). Falando diretamente com o eleitor, Bolsonaro disse que é um “milagre” estar vivo, que o município mineiro é agora a sua segunda cidade natal e voltou a falar de uma possível vitória nas urnas.

“Lá eu nasci de novo. Salvaram a minha vida. Logicamente a mão de Deus se fez presente. Hoje nós temos uma possibilidade concreta, real de ganhar as eleições. Precisamos para tal de nos manter unidos e combater as mentiras”, disse. O candidato voltou a falar que se essa for a “vontade de Deus”, estará pronto para cumprir a missão.

O presidenciável ainda disse que os últimos governos mergulharam o país na “mais completa crise ética, moral e econômica”. Antes da fala de Bolsonaro, a propaganda reexibiu críticas que vinham sendo feitas ao PT, vinculando o partido à violência, ao desemprego e à corrupção. "Agora é o Brasil contra o PT", pregou o apresentador do programa. 

A campanha afirmou que o PT ficou 13 anos no poder e "quebrou o país". Dentre as acusações estão a de que a sigla quer voltar à Presidência para modificar a Constituição Federal, censurar a imprensa e acabar com a Operação Lava Jato.

Haddad

O candidato a presidência da República, Fernando Haddad fala com a imprensa após reunião com a chefe da missão de observação eleitoral da OEA, Laura Chinchilla, no hotel Matsubara.
O candidato a presidência da República, Fernando Haddad Rovena Rosa/Agência Brasil

A campanha eleitoral de Fernando Haddad iniciou o programa eleitoral exibindo gravações com falas de Bolsonaro criticando os pobres e defendendo a tortura. Foi veiculado um trecho em que o candidato do PSL diz que o pobre só serve para votar, “com o título de eleitor na mão e o diploma de burro no bolso”. 

A apresentadora lembrou a recente afirmação de Bolsonaro de que iria “fuzilar a petralhada” e exibiu depoimento de mulheres que foram torturadas por Brilhante Ustra - coronel do Exército que comandou órgãos de repressão durante a ditadura militar. Bolsonaro considera Ustra uma de suas principais influências. 

O candidato do PT voltou a defender que governará o país com diálogo, construindo pontes, e se diz confiante com a virada. “O Brasil precisa de um presidente que enfrente as dificuldades de cabeça erguida, com coragem. Que não tenha medo de encarar o debate com a sociedade olho no olho. Que respeite todas as pessoas. Governe para todos e saiba cuidar das pessoas que mais precisam”, disse.

Reforçando a tese de virar a disputa na reta final, a propaganda ainda afirmou que quem conhece o candidato, vota nele. “Eu acredito no Brasil. Eu acredito no povo brasileiro - domingo vamos vencer essa eleição e reconstruir o nosso país pelo caminho da paz, da inclusão social e democracia”, encerrou Haddad.