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Política

"Ninguém está pensando em intervenção militar", diz general Heleno

Futuro ministro diz que presença de militares no governo é positiva
Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/11/2018 - 18:29
Brasília

O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, confirmado como ministro da Defesa do governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL), negou hoje (5) que a nomeação de integrantes das Forças Armadas para a equipe de transição indique uma postura autoritária do governo eleito. Segundo ele, são nomeações técnicas e que consideram a elevada formação profissional.

"O país resolveu aproveitar tudo o que investe na formação. É uma questão de coerência de aproveitamento do que foi investido nos militares, que nós possamos participar da vida pública. Não tem nada a ver com governo militar, ninguém está pensando em intervenção militar, ninguém está pensando em autoritarismo, é uma aproveitamento de gente que o país não estava acostumado a aproveitar. Pouca gente conhece o Brasil como nós", disse.

O general Augusto Heleno participou hoje (5) da primeira reunião da equipe de transição coordenada pelo ministro extraordinário Onyx Lorenzoni. Após o encontro, o general foi perguntado sobre a participação de militares no próximo governo, que inclui o próprio presidente eleito, capitão reformado do Exército, além do vice-presidente da República, general Mourão.

Indicação de Moro

O general Augusto Heleno classificou a confirmação do juiz federal Sergio Moro para o Ministério da Justiça como "um gol de bicicleta do meio de campo" do presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele afirmou que a escolha de todos os prováveis 16 ministros do governo não deve ser urgente e que há muitos nomes qualificados.

"Todos apresentam credenciais muito significativas e naturalmente a escolha é muito difícil. Imaginem a pressão que o presidente sofre nessa altura. Não há essa urgência, não é tão urgente assim", afirmou.

Venezuela

Questionado sobre a atuação do Ministério da Defesa na crise migratória da Venezuela, o general Heleno classificou a questão como um "problema humanitário" e disse que o trabalho de acolhimento será mantido.

"As Forças Armadas estão sendo empenhadas no atendimento humanitário, a gente está acolhendo quem está resolvendo passar a fronteira para o lado do Brasil. É um trabalho difícil, a quantidade [de migrantes] é acima da capacidade de Roraima."

O militar negou que haverá, por parte do próximo governo, qualquer tipo de "ingerência" nos assuntos internos da Venezuela e disse que o fechamento de fronteira entre os dois países está fora de cogitação porque é uma proposta, segundo ele, "não realizável" na prática.