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Política

Bolsonaro ratifica Convenção Interamericana contra o Racismo

Medida havia sido promulgada pelo Congresso Nacional em fevereiro
Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 12/05/2021 - 17:06
Brasília
(Brasília - DF, 12/05/2021) Reunião com a Ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Foto: Anderson Riedel/PR
© Anderson Riedel/PR

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quarta-feira (12) o decreto que ratifica a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância.

O texto foi promulgado pelo Congresso Nacional em fevereiro, mas precisava ser ratificado em decreto pelo presidente da República. A Convenção foi aprovada em 2013, na Guatemala, durante a 43ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O momento da assinatura do decreto por Bolsonaro foi publicado nas redes sociais da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, ao lado do presidente. 

"Estou muito feliz por este momento, agradecer todo mundo, em nome da Damares, o trabalho e a participação para que nós pudéssemos dar mais um passo na erradicação do racismo no Brasil", afirmou Bolsonaro. Para Damares Alves, trata-se de um "dia histórico", e a Convenção oferecerá novos instrumentos para enfrentar o racismo no Brasil.   

Os países que ratificam a convenção se comprometem a prevenir, eliminar, proibir e punir, de acordo com suas normas constitucionais e com as regras da convenção, todos os atos e manifestações de racismo, discriminação racial e intolerância.

Em termos gerais, a convenção define que a discriminação ocorre quando há distinção, exclusão, restrição ou preferência tendo por base elementos de raça, cor, ascendência ou a origem nacional ou étnica de um indivíduo "com o propósito ou efeito de anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um ou mais direitos humanos e liberdades fundamentais consagrados nos instrumentos internacionais aplicáveis aos Estados partes”.

O texto também inclui o combate às violações motivadas por orientação sexual, identidade de gênero e condição infectocontagiosa estigmatizada. A convenção conceitua intolerância como “um ato ou conjunto de atos ou manifestações que denotam desrespeito, rejeição ou desprezo à dignidade, características, convicções ou opiniões de pessoas por serem diferentes ou contrárias”.

Histórico

A Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância é fruto de negociações iniciadas em 2005 pela OEA. Em 2011 foram apresentadas as primeiras propostas do texto durante a 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, que ocorreu em Durban, na África do Sul.