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Comitê Olímpico Brasileiro faz acompanhamento nutricional de atletas durante pandemia

Durante pandemia
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Maurício Costa
15/04/2020 - 18:23
Rio de Janeiro

O Comitê Olímpico Brasileiro, COB, continua de olho nos seus atletas. Mesmo em período de quarentena devido à pandemia de coronavírus, o Time Brasil precisa se cuidar. Com a impossibilidade de treinar nos CTs, academias, ginásios e quadras, a solução foi criar uma rotina de treinamento adaptada. Porém, não é só o exercício que precisa mudar.


O isolamento também dificulta o controle da alimentação dos atletas. Ruan Santos, nutricionista do COB, explica o motivo de um acompanhamento específico neste momento de quarentena.


“O COB já oferecia um importante acompanhamento multidisciplinar antes do início da pandemia. No caso da parte nutricional eram realizadas ações periódicas, tais como assistência presencial e orientações remotas. Quando a rotina de treinamentos e o calendário de competições foram suspensos ou modificados, buscou-se estreitar ainda mais a comunicação com atletas e as comissões técnicas para minimizar o impacto em suas rotinas, visando o bem-estar de cada um e a manutenção da performance esportiva”.         


Assim que o isolamento social foi recomendado, o COB teve que lidar com algumas adversidades, como por exemplo, a incerteza do que viria pela frente. Com isso, alguns atletas encontraram dificuldades, e o nutricionista Ruan Santos explica como precisou trabalhar.


“Quando o cenário esportivo começou a se modificar devido à pandemia, uma projeção de incertezas foi estabelecida, o que afetou diretamente a periodização nutricional estabelecida com alguns atletas. As mudanças de estratégias adotadas estão voltadas ao bem-estar destes atletas, isto é, controle de peso, modulação da ansiedade e otimização do sono com a contribuição da alimentação, atrelado ao suporte multidisciplinar”.


Ruan Santos trabalha em dois cenários diferentes. No primeiro, precisa acompanhar os atletas que estão no Brasil. No segundo, os que vivem no exterior. O nutricionista ressalta as diferenças entre as duas situações.


“No início da pandemia alguns locais realizaram uma quarenta um pouco mais rígida, levando à escassez de determinados alimentos importantes na rotina nutricional do atleta, tais como frutas e hortaliças. Em adição, a oferta de certos alimentos no exterior é diferente, tornando necessária a adaptação no cardápio, de acordo com as particularidades de cada local. Temos diversos atletas que já retornaram ao Brasil, enquanto outros continuam no exterior. Porém, independentemente do país em que estiverem, todos aqueles que já fazem acompanhamento nutricional conosco ou solicitam suporte estão sendo assistidos periodicamente.”


O trabalho do Comitê Olímpico Brasileiro é direcionado a atletas de ponta, que têm suporte de profissionais. Contudo, nem todo mundo que pratica atividade física possui acompanhamento específico, e essa situação acaba sendo um terreno fértil para a disseminação de notícias falsas pela internet, as chamadas fake news. Ruan Santos alerta para o perigo das receitas milagrosas que prometem imunidade e aumento de performance.


“Nossa recomendação é sempre procurar a informação em fontes confiáveis ou a orientação de profissionais. Recentemente, o COB elaborou e disponibilizou a toda comunidade esportiva uma cartilha contendo informações de cunho multidisciplinar. Além disso, no caso da nutrição, o Conselho Federal de Nutricionistas vem emitindo pareceres constantes sobre a alimentação neste período de quarentena. É muito importante o cuidado com alimentos, fórmulas e suplementos considerados milagrosos, que prometem imunidade, “detox” e incremento de performance, por exemplo”.


Conseguir manter a atividade física durante a pandemia de coronavírus com uma dieta equilibrada pode ajudar a passar pelo período com a saúde em dia. Porém, não dá pra confiar em tudo o que se encontra pela frente.

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