De olho em Tóquio, ciclista Raiza Goulão se isola em Pirenópolis (GO) para seguir rotina de treinos
Pirenópolis não é conhecida somente por ser a terra natal da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. A cidade histórica do interior de Goiás é marcada também por cachoeiras, ladeiras e morros. Há 10 anos, esse que é um típico cenário atrativo para fãs de mountain bike, conquistou Raiza Goulão, hoje um dos principais nomes do ciclismo brasileiro.
Ela está de volta ao lugar onde nasceu e tudo começou, para não ficar parada mesmo em isolamento devido à pandemia do novo coronavírus. Na casa dos pais, ambos acima dos 60 anos, por isso, do grupo de rico, Raiza teve que adaptar a rotina de treinamento.
A pausa nas competições devido à pandemia se dá no momento que a goiana de 29 anos reencontrava a melhor forma após um 2019 complicado. Além de problemas respiratórios, a ciclista foi diagnosticada com Deficiência de Energia Relativa no Esporte (RED-S). É uma síndrome que se dá quando a energia disponível para ser gasta nos exercícios não é capaz de assegurar a parte fisiológica do atleta, podendo influenciar o metabolismo e a imunidade da pessoa.
Nos quatro primeiros eventos deste ano, na Europa, Raiza chegou entre as 10 primeiras. Já nas provas seguintes, em Araxá (MG) e Amparo (SP), a goiana saiu vitoriosa. Ela não sabe quando voltará a competir. A UCI (União Ciclística Internacional) anunciou, nesta quarta-feira (15) – Dia Internacional do Ciclista –, que estendeu a suspensão de seus eventos até 1º de junho.
A ciclista aguarda, também, a entidade divulgar se haverá mudança nos critérios de classificação para a Olimpíada de Tóquio com o adiamento do evento para 2021. O Brasil tem direito a uma vaga no mountain bike feminino, e Raiza a disputa com a experiente Jaqueline Mourão, primeira atleta do país na modalidade a competir nos Jogos.