Campeão mundial de paraciclismo, Lauro Chaman mira Tóquio com treinos em Araraquara (SP)
A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) interrompeu treinos e competições pelo mundo. Ficar longe dessa rotina, ainda mais em um ano que seria olímpico, não é fácil para quem vive do esporte. Mas para Lauro Chaman, a saudade de encarar pistas e estradas a bordo de uma bicicleta só não é maior que a das visitas frequentes a dona Elvira, 89 anos, avó do medalhista paralímpico do ciclismo.
Enquanto tenta retomar a rotina familiar, Lauro volta gradualmente a treinar em Araraquara, no interior paulista. O atleta, que nasceu com a perna esquerda mais fina que a direita e virada para fora, reiniciou as atividades externas há cerca de duas semanas, após a flexibilização da quarentena na cidade. Ele é acompanhado remotamente pelo técnico Cláudio Diegues - que fica em Santos, no litoral de São Paulo, onde fica a base de sua equipe, a Memorial.
Segundo a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), se não houver alteração no calendário já remodelado devido à pandemia, há duas competições de paraciclismo previstas para o segundo semestre: o Campeonato Nacional de Estrada, em agosto, e o Circuito Pan-americano, em setembro. Já em outubro, será o Brasileiro "convencional", ou seja, para atletas sem deficiência, mas que Lauro também deverá disputar.
O paulista vinha de bons resultados antes da paralisação. Em fevereiro, conquistou duas pratas e um bronze no Mundial de Paraciclismo, no Canadá. O foco dele é a Paralimpíada de 2021, em Tóquio (Japão). Há quatro anos, no Rio de Janeiro, Lauro fez história ao ganhar uma prata e um bronze, as primeiras medalhas do ciclismo brasileiro em Jogos, sejam eles Olímpicos ou Paralímpicos. De lá pra cá, foi duas vezes campeão mundial: em 2017, na África do Sul, triunfou na estrada. No ano seguinte, outra vez no Rio, foi ouro na pista.