O comportamento de Leila Diniz movimentou o Brasil em pleno regime militar. As declarações cheias de sentimento de liberdade chocavam a sociedade e indicavam o quanto as mulheres não eram livres.
Para autora do livro Toda Mulher é Meio Leila Diniz, a antropóloga Mirian Goldenberg, apesar de tantos anos já passados as atitudes da atriz, continuam contemporâneas.
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Mirian Goldenberg destacou que Leila se tornou um exemplo forte, porque não era apenas um discurso ou uma bandeira política.
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Um dos fatos marcantes da vida de Leila Diniz foi ter ido à praia de Ipanema, na zona sul do Rio, de biquini enquanto estava grávida de Janaína, filha que teve com o cineasta Ruy Guerra.
A antropóloga disse que barriga de Leila simbolizou um corpo livre totalmente fora dos padrões da época, exposto ao sol e feliz. Para a representante da Rede Mulher e Mídia, no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Raquel Moreno, foi um marco porque mostrou para as mulheres que isso não era motivo de vergonha.
Na mesma época, recordou, era costume dizer que mulher não podia andar sozinha na rua, o que também foi contestado por Leila Diniz.
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Foi histórica também, a edição do jornal O Pasquim, que chegou às bancas no dia 15 de novembro de 69. A entrevista com Leila Diniz causou muito comentário.
O cartunista Jaguar, um dos entrevistadores lembrou que durante a conversa, de maneira muito natural, a atriz falou muitos palavrões, o que para ele não tinha intenção de chocar.
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Jaguar questiona o que poderia ainda ter acontecido se a atriz não tivesse morrido com apenas 27 anos.
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Leila Diniz morreu no dia 14 de junho de 1972, em um acidente de avião perto de Nova Déli, na Índia. Ela voltava ao Brasil, da Austrália, onde tinha sido premiada em um Festival de Cinema.
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Leila Diniz nasceu em Niterói na região metropolitana do Rio e era também professora.