O Ministério da Defesa vai usar R$ 5 milhões para construir um memorial de homenagem a Batalha de Guararapes, quando tropas formadas por brasileiros e portugueses enfrentaram holandeses na década de 1640.
O memorial faz parte do Plano de Revitalização do Parque Histórico Nacional dos Guararapes, localizado na Região Metropolitana do Recife. O anúncio foi feito nessa segunda-feira (15).
Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o espaço deve reunir objetos e documentos que contém a história dessas batalhas, determinantes para a expulsão dos colonizadores holandeses da Região Nordeste do Brasil.
“Ter aqui [um local] onde nossos jovens, pessoas que vêm de fora e também pernambucanos, conheçam a realidade do que foi a expulsão dos holandeses e afirmação da identidade do nacionalismo brasileiro”, disse Jungmann.
A Lei Rouanet também será utilizada para captar recursos privados para a construção do memorial. O ministro da Cultura, Roberto Freire, justificou a adoção dessa ferramenta, que permite às empresas patrocinarem atividades e equipamentos culturais em troca de dedução no Imposto de Renda.
“A Lei Rouanet tem essa característica de que mesmo em momentos que você tenha restrições orçamentárias você possa trazer da iniciativa privada recursos para a implementação de produtos culturais. No caso concreto, aqui, algo de importância para a história, a cultura pernambucana e brasileira. Nada poderia ser melhor para a atuação da Lei Rouanet que um exemplo desses.”
O Plano de Revitalização também deve incluir medidas em relação a comunidades de baixa renda que se formaram no entorno do parque nacional, ao longo das últimas décadas. Foram estimadas 40 mil pessoas vivendo nesses locais.
Daniel Carlos de Albuquerque, presidente da Associação de Moradores da Vila Nova Divinéia, esteve no evento para saber o que seria anunciado, mas disse que nenhuma liderança foi chamada para o anúncio.
Ele afirma que a comunidade ainda não foi chamada a discutir o Plano de Revitalização e que as famílias temem ser retiradas do local.
“A comunidade está fora da discussão. Desde já eu agradeço e parabenizo o parque que será montado aqui, mas acima de tudo que a comunidade seja ouvida e respeitada.”
O ministro da Cultura afirmou que a ideia não é retirar as famílias, mas regularizar as comunidades. O terceiro eixo do Plano de Revitalização é a recuperação ambiental do parque, mas ainda não há recursos garantidos para essas ações.