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Cultura

Feira cultural da diversidade abre calendário da Parada Gay em São Paulo

São Paulo
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Eliane Gonçalves
15/06/2017 - 18:32
São Paulo

Tendas montadas no vale do Anhagabaú, no centro de São Paulo, exibiam produtos para o público LGBT, de literatura a moda, passando por oficinas de saúde, distribuição de preservativos e até cultos evangélicos.

 

No palco, apresentações com drag queens, coral gay e espetáculos circenses. Há 17 anos a feira da diversidade antecipa a programação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. 

 

Em meio a tanta diversidade, a palavra de ordem mais ouvida era direitos iguais. Um discurso que está na ponta da língua de Clarice Pires que vendia artesanato na tenda do grupo Mães pela Diversidade.



Apesar de o Brasil registrar avanços como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o preconceito ainda é um problema. Segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia, em 2016, a cada 25 horas uma pessoa foi morta por homofobia no Brasil.

 

Para Gilberg Viera, que mora em Goiana e vai participar pela terceira vez da parada, a hora é de aproveitar para se sentir acolhido.



Apesar da feira já ter virado tradição, a Associação da Parada do Orgulho LGBT, responsável pelo evento, reclama do pouco apoio que recebe dos cofres públicos.

 

Segundo Claudia Regina, presidente da Associação, só a feira cultural custa cerca de  R$ 1 milhão. Prefeitura e governo de São Paulo entram com infraestrutura como policiamento e fechamento de vias, mas segundo ela está difícil conseguir patrocínio.

Apesar da reclamação, o prefeito de São Paulo, João Dória, já anunciou que a meta é reduzir cada vez mais os investimentos públicos no evento. Segundo a prefeitura, foram destinados o equivalente a  R$ 1,5 milhão  para todas as atividades que envolvem a Parada Gay. O valor é o mesmo que foi investido no ano passado.


Como argumento para justificar os investimentos, a associação mostra que a Parada Gay dá lucro. O evento é o que mais atrai turistas para a cidade. No ano passado, cerca de dois milhões de pessoas participaram da parada.

 

Quase a metade, 45% , não morava em São Paulo, segundo a SPTuris. O gasto médio de cada turista foi de R$ 1,5 mil. Gilberg,  que vai passar 4 dias na cidade, tem certeza que é bom um negócio.



A vigésima primeira edição da parada do orgulho LGBT de São paulo acontece no domingo e tem como tema  "Nenhuma religão é lei! Todas e todos por um Estado Laico".

 

Uma cervejaria e um aplicativo de transporte compartilhado são os principais patrocionadores. As cantoras Daniela Mercury e Anita já confirmaram presença.

 

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