Três bens culturais da região Norte pode ser reconhecidos como Patrimônios Culturais brasileiros nesta semana. São eles: o Marabaixo, do Amapá; o Complexo Cultural Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins, do Amazonas; e um geoglifo do Acre.
A avaliação será realizada durante os dias 8 e 9 de novembro por 22 integrantes do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan - Instituto do Patrimônio histórico e Artístico Nacional.
Os registros do Marabaixo e do Complexo Cultural Boi Bumbá serão avaliados na quinta-feira (08).
No dia seguinte, será avaliada a pertinência do tombamento do geoglifo localizado no Sítio Arqueológico Jacó Sá, em Rio Branco, no Acre, como exemplar das estruturas também conhecidas como tatuagens da terra.
A partir da escolha como Patrimônio, um bem cultural brasileiro acaba tendo mais visibilidade e tem maior cuidado por parte de gestores públicos e comunidades.
Quem explica é o vice-presidente do Iphan, Andrei Schlee.
Predominante entre comunidades negras do Amapá, o Marabaixo é uma expressão cultural de devoção e resistência que representa tradições e costumes locais e reúne ritmo, dança, vestimentas, comidas e literatura.
A origem do nome da manifestação remete aos escravos que morriam nos navios negreiros; seus corpos eram jogados na água e os negros cantavam hinos de lamento mar abaixo e mar acima.
Já o Complexo Cultural Boi Bumbá mistura uma série de danças, músicas, drama e enredo que faz o coração dos brincantes e do público pulsar forte. Agregando referências indígenas e negras e, também de outras regiões, os Bois se caracterizam por fortes elementos na construção das identidades sociais e no intenso envolvimento das comunidades na preparação da festa.
Em Rio Branco, o Sítio Arqueológico Jacó Sá poderá ter o primeiro geoglifo tombado pelo Iphan, destacado pelo seu fácil acesso e clara identificação pelos visitantes, oferecendo, além de sua já reconhecida importância científica, histórica e afetiva, também um potencial de atrativo turístico.
A pré-seleção como possível Patrimônio Cultural é feita pelo Iphan, a partir de indicações feitas por comunidades detentoras do bem cultural.
Mas a escolha para o registro como bem imaterial ou para o tombamento como bem material é feita por 22 conselheiros representantes de governos e da sociedade civil.