Cais do Valongo ganha novo tombamento; desta vez, pelo governo do Rio de Janeiro
Já declarado patrimônio histórico da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - a Unesco, há mais de um ano, o Cais do Valongo, no Rio, vai agora ser tombado pelo governo do Estado, o que pode garantir mais políticas públicas de conservação do espaço.
O sítio arqueológico Cais do Valongo, principal porto de entrada de escravos africanos no Brasil, também já era declarado patrimônio histórico e cultural do Rio desde 2017.
A assinatura do tombamento pelo governador, Luiz Fernando Pezão, será feita nesta segunda-feira (05), às seis e meia da tarde, durante a abertura da exposição Cartografia da Africanidade Fluminense na Casa França-Brasil.
O Cais do Valongo é considerado o maior porto escravagista da história e funcionou na primeira metade do século XIX.
Estima-se que mais de 500 mil africanos tenham desembarcado no local.A área, aterrada pelas reformas urbanas pelas quais a cidade passou, foi descoberta durante as obras de revitalização da Região Portuária do Rio.
Com o tombamento, a expectativa, segundo o governo do estado, é garantir mais segurança e dar mais um passo para a manutenção do título dado pela Unesco, que pode ser retirado caso o poder público não cumpra com os compromissos assumidos junto à organização internacional durante a candidatura do local como patrimônio da humanidade.
A exposição Cartografia da Africanidade Fluminense poderá ser vista até o dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra e foi programada também em celebração à data.
A mostra traz 500 imagens, mapas e outras obras de arte feitos entre os séculos XVI e XIX. Entre os destaques estão as litogravuras dos artistas franceses Victor Frond e Debret e cerâmicas e gravuras do pintor alemão Rugendas.
A Casa França-Brasil fica na Rua Visconde de Itaboraí, número 78, ao lado do Centro Cultural do Banco do Brasil-CCBB, no centro da cidade.