É Dia Mundial do Rock e os aficionados têm uma penca de motivos pra comemorar
Raul Seixas dizia que rock 'n' roll não se aprende nem se ensina. Quem gosta do ritmo sabe: o rock a gente experimenta. Ainda mais hoje, sábado, 13 de julho, Dia Mundial do Rock.
Ninguém sabe exatamente quando, mas foi na passagem dos anos de 1940 para 1950 do século passado que alguns músicos dos Estados Unidos começaram a tocar um novo ritmo.
Era a mistura de blues, folk e jazz. Esse som, tocado por negros, como Chuck Berry, desagradava autoridades públicas e chefes de família, porque era relacionado à rebeldia e à sexualidade.
Precisou surgir um músico branco para que o rock se popularizasse. Era Elvis Presley, para quem não bastava o título de ídolo. Elvis era um rei. Gravou dezenas de álbuns e filmes, abrindo caminho para inúmeros herdeiros artísticos.
Do corte de cabelos dos Beatles – que John Lennon considerava mais populares que Jesus Cristo -, ao estilo de vida sem regras dos Rolling Stones, da revolta dos Sex Pistols, à militância político-social do U2, o rock ditou tendências e trouxe a atitude como elemento fundamental para a construção da figura do roqueiro.
Até na moda e no futebol, o rock está lá. Quem não lembra do comercial de calças jeans do começo dos anos 1990? E do som que embala partidas históricas de futebol desse nosso século?
Muitos dos ídolos abusaram e nos deixaram órfãos cedo demais, aos 27 anos. Foi assim que perdemos Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Kurt Cobain, entre outros.
O rock, em si, sobreviveu ao se reinventar ao longo de todos esses anos e manter a proximidade com o público que frequenta os grandes festivais. Foi, inclusive, em um desses festivais que surgiu essa história de Dia do Rock.
Era 13 de julho de 1985 quando Phill Collins, da banda Genesis, participou do Live Aid, em Londres e na Filadélfia. E sentenciou: aquele era o “Dia do Rock”.
Mas essa moda pegou mais por aqui do que pelos países que têm mais tradição no rock, como Estados Unidos e Inglaterra.
E é brasileiro o maior festival de música pop do mundo, que carrega o rock no nome.
No Brasil, o rock surgiu com versões de sucessos estrangeiros e um dos primeiros ícones por aqui foi uma mulher, Celly Campello.
Depois, foi ganhando personalidade ao se fundir com a música nacional. E da Tropicália, surgiu a roqueira padroeira das ovelhas negras, Rita Lee.
A partir dos anos 1980, surgiram pelo país rádios com a programação inteira dedicadas ao rock.
Junto com essas rádios, apareceram grandes bandas fora do eixo Rio-São Paulo, principalmente em Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Brasília.
Os anos 1990 marcaram o reencontro do ritmo com as músicas regionais, capitaneado pelos pernambucanos do movimento Mangue Beat.
E, agora, começamos o novo milênio com mais uma mulher poderosa empunhando a bandeira do rock Brasil. Priscilla Leone é baiana e cresceu ouvindo Raul Seixas, Camisa de Vênus e Cascadura.
Desde o primeiro álbum solo, Pitty conquistou legiões de fãs. A boa notícia é que, depois da maternidade, ela está voltando à estrada e, aos poucos, divulgando a agenda da nova turnê.
O que vem pela frente, a gente não sabe. Mas o rock será sempre a voz dos jovens, dos inconformados, dos que querem incomodar. Um feliz Dia Mundial do Rock para todos nós e que nunca nos falte um bom “toca Raul!!”.