Brasília é reconhecida, desde a inauguração, pelos traços ousados de alguns de seus principais prédios públicos. Os palácios que recebem os chefes dos Poderes da República ficam em torno da Praça dos Três Poderes, onde mantêm a mesma distância entre si.
Foi a maneira que o arquiteto Oscar Niemeyer encontrou para dizer às futuras gerações que o país precisa de equilíbrio e convivência harmônica entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Além da questão política, Niemeyer já imaginava que os palácios seriam legados culturais para Brasília. Se você reparar, os prédios dos Palácios do Planalto, da Alvorada, da Justiça e o Itamaraty parecem flutuar, assim como o Supremo Tribunal Federal e as cúpulas do Congresso Nacional.
Oscar Niemeyer não abriu mão da beleza quando desenhou os prédios que se tornaram cartões-postais da capital.
O Palácio do Planalto, onde fica o gabinete do presidente da República, passou por uma grande reforma no fim da década passada, sob supervisão do próprio Oscar Niemeyer. O objetivo foi reconstituir o ambiente da época da inauguração de Brasília. Uma curiosidade é que, inicialmente, o gabinete do presidente ficava no terceiro andar, de frente para a Praça dos Três Poderes. Depois, mudou para uma sala voltada para os fundos, ainda no terceiro andar.
Outra curiosidade é que o pequeno lago que separa o Planalto da Praça dos Três Poderes não só foi construído nos anos 90. E os três salões onde ocorrem as cerimônias ou pronunciamentos oficiais ficam no segundo andar. Foi lá, no salão nobre do Palácio do Planalto, que, em dezembro de 2012, o corpo de Oscar Niemeyer foi velado.
Já o Palácio da Alvorada, onde moram os presidentes, foi um dos primeiros prédios construídos em Brasília, junto com o aeroporto e o Hotel Brasília Palace.
O presidente Juscelino Kubistchek queria que outras autoridades vissem àquele grande canteiro de obras do alto, pousassem, visitassem a casa dele e tivessem onde se hospedar.
O Brasília Palace é um hotel projetado por Niemeyer e construído sobre pilotis, aquelas colunas que marcam os blocos residenciais das superquadras.
Na frente do Alvorada existe um grande gramado, sem grades. Um espelho d’água separa a rua do jardim da residência oficial que já recebeu 17 presidentes da República. Na entrada, chama a atenção uma parede folheada a ouro. Do lado de dentro, cômodos amplos, para que os presidentes pudessem viver com suas famílias e fazer reuniões de trabalho. Ao lado, uma capela.
Nos fundos, uma piscina. E, no subsolo, a garagem.
Passou por uma grande reforma em 2004, quando ganhou uma churrasqueira, e por uma outra, menor, em 2017.