Rodoviária de Brasília: ela já foi tema de música e, diz a lenda, construída sobre cristais

Brasília foi construída por pessoas muito corajosas, que viam na nova capital a oportunidade de conseguir uma vida melhor. Inicialmente, tanto quem já morava por aqui, quanto quem chegava, usava a Rodoviária de Brasília, no Plano Piloto. Depois, o terminal passou a ser usado só por quem mora no DF ou na Região do Entorno.

A Rodoviária do Plano fica no Marco Zero, exatamente no encontro do Eixo Monumental, que passa pelas laterais, com o Eixo Rodoviário Norte-Sul, o Eixão, que passa por baixo, num túnel conhecido como Buraco do Tatu. A rodoviária tem três pavimentos, mas os embarques e desembarques só ocorrem nas plataformas inferior ou superior. No pavimento do meio funcionam lojas e banheiros.

Olhando de fora, pouca gente pode imaginar que o terminal urbano guarda um verdadeiro tesouro.

Conta a história, que durante a construção, em 1959, os operários encontraram uma grande jazida de cristal puro. O engenheiro responsável correu para chamar o presidente Juscelino Kubitschek. O problema é que não havia mais tempo hábil para mudar a rodoviária de lugar e, por isso, não dava para explorar a reserva.

Ao mesmo tempo, JK temia que a notícia se espalhasse, garimpeiros corressem para o local e o movimento atrapalhasse as obras. A ordem do presidente foi para cercar o local com policiais, acelerar a construção da Rodoviária do Plano Piloto e usar o concreto para cobrir o cristal.

Nos anos 80, a rodoviária virou poesia. Mais especificamente, uma letra de rock. É que a plataforma inferior fica no nível da Esplanada dos Ministérios. Para quem passa pelo Eixão ou pela Torre de TV, que é um dos principais pontos turísticos da cidade, a Rodoviária do Plano fica no subsolo. Por isso, é lá que… Diz aí, Dinho Ouro Preto.

Sonora:  “As ruas têm um cheiro de gasolina e óleo diesel, de toda a plataforma você não vê a Torre”

A posição central da rodoviária faz dela um ponto de encontro. Mas, nos últimos anos, o terminal chama a atenção por seus problemas. No começo da década, o entorno da Rodoviária do Plano Piloto se transformou em local de consumo de drogas. A presença da polícia e as melhorias na iluminação ajudaram a reprimir o tráfico e o uso de entorpecentes.

Foi quando a estrutura de concreto passou a dar sinais de desgaste, com o risco de desabar. As obras causaram interdições de trechos da rodoviária. E, há anos, escadas rolantes e elevadores quebrados dificultam a vida de quem já sofre para se locomover no Distrito Federal. A gente torce por dias melhores para a rodoviária e as centenas de milhares de pessoas que passam diariamente por este importante terminal urbano.

Sobre as viagens interestaduais, elas não saem nem chegam à Rodoviária do Plano, desde o começo dos anos 80, quando foram direcionadas para a Rodoferroviária.