Açougue Cultural: saiba como Brasília tem uma loja de carnes que é também biblioteca
Nesta série de reportagens, apresentamos a você grandes personagens que representam diferentes segmentos artísticos e fazem parte da história de Brasília. O nome que escolhemos para esta é o de Luiz Amorim.
Profissionalmente ele não canta, não escreve livros, nem faz poesias. Mas produz grandes eventos, que arrastam multidões até o comércio local da 312/313 Norte. Luiz Amorim é açougueiro. Trabalhou 15 anos no ramo até que, em 1994, comprou o açougue na 312 Norte e deu início ao projeto do Açougue Cultural T-Bone.
Com a boa aceitação da biblioteca dentro do açougue, o projeto cresceu e ganhou as ruas. Ou melhor, as paradas de ônibus da Avenida W3 Norte. Todos os dias, uma Kombi circula pela via para distribuir e reorganizar os livros nas estantes. É uma biblioteca gratuita, disponível durante 24 horas e sem burocracia.
Dentro dos baús, de mão em mão, circulam cerca de 200 mil livros todos os anos, sem a necessidade de fazer cadastro ou cumprir prazo para devolver. O reconhecimento pelo trabalho fez surgir projetos semelhantes e ainda rendeu uma participação no revezamento da Tocha Olímpica.
Com o sucesso do açougue cultural, veio a ideia de organizar as Noites Culturais. Luiz Amorim conta que, desde 1997, uma ou duas vezes por ano a comercial da 312 Norte fecha para o show de algum grande artista nacional.
Além da biblioteca e das noites culturais, o Açougue T-Bone também organiza a Bienal da Poesia de Brasília e, a cada quatro anos, é passagem obrigatória para os candidatos ao cargo de governador do Distrito Federal, que participam de debates com o público.
Amanhã a gente sobe ao palco para falar sobre teatro.
* Com produção de Renato Lima
** Acesse aqui todas as reportagens do especial Brasília 60 Anos, que vai ao ar na Rádio Nacional e parceiras e também é publicado na Radioagência Nacional.