Sem tradição ou geração mais velha para servir de referência, teatro de Brasília cresceu livre
"Uma cidade que, quando começou, não tinha tradição. Não tinha uma geração mais velha que nos impusesse seus hábitos de costume. Então, tínhamos a liberdade de criar o que quiséssemos, que não tinha que prestar contas a ninguém. E este é o norte do teatro feito em Brasília até hoje. A gente não em que satisfazer tradição alguma. Estamos permamentemente nos renovando, aprendendo conosco mesmos e os companheiros de trabalho. E isso é muito bom e saudável no teatro de Brasília."
O Alexandre Ribondi, dono dessa voz, é escritor, jornalista, ator, professor e diretor de teatro. Montou seu primeiro espetáculo em Brasília no ano de 1970, quando a capital tinha apenas 10 anos e ele, só um pouco mais que isso.
Ribondi destaca que, no começo, mais do que patrocínio, que sempre foi escasso, o teatro em Brasília buscava uma identidade, assim como a própria cidade.
Alexandre Ribondi passou por todos - ou quase todos - os palcos de Brasília. Ele manifesta muito carinho pelo icônico Teatro Galpão, porque considera que desde que foi criado até hoje é um bom lugar para os artistas encontrarem o público. E, claro, lembra do Teatro Nacional, que está fechado desde 2014, sem previsão para reabrir.
Mas, acima de tudo, Alexandre Ribondi acredita muito no potencial do público e dos artistas de Brasília.
Junto com os sócios, Alexandre Ribondi mantém a Casa dos Quatro, um espaço que recebe espetáculos e que abre espaço para a convivência e a troca de experiências, por meio de cursos.
Na próxima reportagem, o assunto é cinema.
* Com produção de Renato Lima
** Acesse aqui todas as reportagens do especial Brasília 60 Anos, que vai ao ar na Rádio Nacional e parceiras e também é publicado na Radioagência Nacional.