"Estou aqui para fazer o espírito do Aldir viver": João Bosco e amigos se despedem de Aldir Blanc
O adeus ao compositor e escritor Aldir Blanc foi feito pelas redes sociais. As muitas homenagens em vídeos e mensagens substituíram as despedidas presenciais, suspensas porque ele foi mais uma vítima da Covid-19.
Blanc, de 73 anos, morreu no final da madrugada desta segunda-feira, por complicações causadas pelo novo coronavírus, depois de duas semanas internado na UTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro.
O grande amigo e parceiro musical, João Bosco, postou que estava vivendo um dos dias mais difíceis de sua vida e que não existe João sem Aldir. Ele diz que perde o maior amigo, mas que ganha, nesse mar de tristeza, uma razão para viver e que vai cantar as canções feitas pelos dois enquanto tiver forças. Em nota, João Bosco declarou: uma pessoa só morre quando morre a testemunha. E eu estou aqui para fazer o espírito do Aldir viver. Eu e todos os brasileiros e brasileiras tocados por seu gênio.
O também parceiro de muitas músicas, Moacyr Luz, lembrou, em um vídeo publicado nas redes, o início da amizade, nos anos 1980, e quando fizeram a música “A tua sombra”. Por coincidência do destino, os dois moraram no mesmo prédio, na Tijuca.
Aldir Blanc Mendes nasceu no Rio de Janeiro, no dia 2 setembro de 1946. Aos 20 anos ingressou na Faculdade de Medicina, e se especializou em psiquiatria. Em 1973, abandonou o curso para dedicar-se exclusivamente à música. Participou de diversos festivais da canção e tornou-se um dos mais importantes compositores da Música Popular Brasileira.
A obra de Blanc reúne dezenas de canções conhecidas, feitas em parceria com outros ilustres artistas, como Moacyr Luz, Maurício Tapajós, Carlos Lyra, Guinga, Edu Lobo, Wagner Tiso, César Costa Filho, Roberto Menescal e Ivan Lins.
Uma de suas canções mais conhecidas, em parceria com João Bosco, é O Bêbado e a Equilibrista, lançada em 1979 e eternizada na voz de Elis Regina.