Há emoções insubstituíveis para quem gosta de música, como ouvir bem de perto o artista preferido. Essa realidade, interrompida com as restrições da pandemia, deixou público e artistas sem o calor um do outro.
No ano passado, a quantidade de apresentações teve uma queda superior a 80% em relação a 2019, segundo o Ecad, Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. O número despencou de mais de 83 mil eventos culturais antes da pandemia para 15 mil até março de 2020.
O recém-publicado levantamento ‘O que o Brasil ouve’, do Ecad, traz esses e outros dados sobre o impacto da pandemia no mercado de shows e eventos.
E com menos eventos, caiu também o dinheiro de direitos autorais repassado aos artistas. Nos seis primeiros meses deste ano, a queda foi de mais de 75% no valor do repasse, como comenta Marcello Nascimento, gerente-executivo de Arrecadação do Ecad.
O estudo mostrou também que a pandemia obrigou os artistas a se reinventarem para manter a carreira e as finanças. Foi o que aconteceu com a cantora amazonense Márcia Siqueira, que, além de sentir os impactos do fechamento do setor, contraiu a covid-19 em janeiro deste ano com comprometimento pulmonar. Agora, ela comemora a vida, fala como se adaptou para continuar produzindo e dos planos de reencontrar o público
Com o adiamento ou cancelamento de eventos e turnês presenciais, as transmissões pela internet ganharam espaço. Marcello Nascimento, do Ecad, aponta que apesar da explosão das lives, os rendimentos gerados no meio digital foram pequenos.
Mas, essa realidade começa a mudar com o avanço da vacinação e a movimentação do mercado de shows e eventos, ainda atento aos protocolos sanitários. Os festivais de música Lollapalooza e o Rock in Rio, por exemplo, já têm nova programação de shows para 2022.
E querem saber a música mais tocada antes da pandemia, em 2019? 'Não quero dinheiro', de Tim Maia. Já no ano passado, foi a vez de outro hino: "Evidências", de Paulo Sérgio Valle e José Augusto.
*Com produção de Joana Lima